Clientes cobram mais de R$ 500 milhões da VW nos EUA por "dieselgate"
Advogados de proprietários de 98 mil carros Volkswagen nos Estados Unidos, com etiquetas de economia de combustível que exageravam a eficiência energética, vão reivindicar da montadora US$ 26 milhões (aproximadamente R$ 108 milhões) extras, apenas em honorários e custos, segundo mostram documentos judiciais.
Na última sexta-feira, a EPA (Agência de Proteção Ambiental norte-americana) revelou que a montadora alemã deve perder créditos de emissão de gases de efeito estufa e diminuir as classificações de economia de combustível de seus veículos, devido ao software usado para superestimar sua eficiência real em testes de emissões para homologação dos carros - caso conhecido como "dieselgate".
A Volkswagen disse na sexta-feira que concordou com acordo judicial para desembolsar US$ 96,5 milhões (R$ 401,1 milhões) para reembolsar os 98 mil consumidores. Pessoas que ainda possuem os carros serão pagas em valores que variam de US$ 518,40 a US$ 2.332,80 (R$ 2.155 e R$ 9.694) por veículo.
O novo pedido de US$ 26 milhões, que envolve US$ 23,9 milhões em taxas e US$ 2,1 milhões em despesas, está separado dos US$ 96,5 milhões, segundo mostram os arquivos dos tribunais.
Este acordo ocorreu após 15 meses de negociações. A EPA disse que o software da Volkswagen reduziu a classificação de consumo de combustível em 98 mil veículos em cerca de 0,4 km por litro, ou 3,5%.
Mais de 1 milhão de carros afetados
O software estava presente em cerca de 1 milhão de veículos de Audi, Bentley, Porsche e Volkswagen dos anos 2013 a 2017, informa a agência. O sistema fazia com que a transmissão mudasse de marcha de uma maneira que às vezes otimizasse a economia de combustível e as emissões de gases de efeito estufa durante o teste feito pela EPA, mas não sob condições normais de direção.
Os veículos que obtiveram classificações baixas - e são elegíveis para compensação aos clientes - incluem versões do Audi A8, Bentley Continental GT, Porsche Cayenne e VW Touareg. Nem todos os cinco anos dos modelos estão cobertos pelo acordo judicial.
A EPA disse que a Volkswagen subestimou as emissões de gases de efeito estufa em cerca de 220 mil toneladas. O problema foi descoberto durante uma investigação da EPA e da California Air Resources Board sobre excesso de emissões de diesel em centenas de milhares de veículos nos EUA.
A montadora alemã admitiu ter usado um software ilegal para enganar os EUA nos testes de poluição em 2015, desencadeando uma reação global contra veículos a diesel que até agora custou 30 bilhões de euros (R$ 137,1 bilhões) em multas e custos de recompra de veículos.
Os advogados que processaram a VW e a Bosch (responsável pelo software) nos Estados Unidos por causa do escândalo de emissões de diesel receberam anteriormente US$ 352 milhões (R$ 1,4 bi) em taxas e custos.
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