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Carros nos EUA terão alerta para não esquecer criança no banco de trás

Criança na cadeirinha  - Silva Junior/Folhapress
Criança na cadeirinha Imagem: Silva Junior/Folhapress

David Shepardson

De Washington, nos EUA

07/09/2019 07h00

As principais montadoras do mercado norte-americano comunicaram nesta semana que acordaram em equipar quase todos os seus veículos vendidos no país, a partir dos modelos ano 2025, com sistemas para lembrar os motoristas de que há passageiros no banco de trás. Isso acontece em um esforço para evitar a morte de crianças pequenas esquecidas nos bancos traseiros de carros quentes.

O anúncio da chegada dos sistemas de lembrete dos bancos traseiros ocorre enquanto o Congresso dos EUA debate se o torna um requisito para carros novos.

Os defensores da nova lei dizem que mais de 800 crianças morreram de insolação em veículos estacionados nos Estados Unidos nas últimas duas décadas, com 53 morrendo no ano passado - o maior número em duas décadas.

As 20 montadoras participantes representam quase 98% de todos os veículos vendidos nos EUA e se comprometeram em incluir alertas sonoros e visuais nos carros até o ano de modelo 2025, ou um ano depois, se houver uma reformulação.

As montadoras em questão incluem General Motors, Ford, Volkswagen, Toyota, Hyundai e a Honda.

A Fiat Chrysler Automobiles disse que adotará a tecnologia de lembrete em todos os veículos em todo o mundo, mas disse que o tempo por região irá variar. Em julho, a Hyundai disse que tornará o sistema como sendo padrão na maioria dos veículos dos EUA até 2022.

A GM possui desde 2016 um sistema em alguns veículos dos EUA que fornece alerta sonoro e um lembrete visual no painel do veículo para verificar se há uma criança antes de sair.

Os sistemas geralmente operam para alertar um motorista sobre a presença de uma criança se uma porta traseira estiver aberta no início de uma viagem. Alguns veículos possuem sensores ultrassônicos que podem detectar os movimentos de crianças e animais de estimação. O sistema Hyundai tocará a buzina e enviará um alerta ao smartphone do motorista se detectar movimento.

Alguns defensores da segurança desejam sistemas mais avançados que detectem a presença real de uma criança no banco de trás.

Em julho, o Comitê de Comércio do Senado dos EUA aprovou uma legislação para exigir que as montadoras instalem a tecnologia em novos veículos.

O senador republicano Roger Wicker, que preside o Comitê de Comércio, disse em entrevista que o acordo voluntário torna a legislação desnecessária. De acordo com a legislação considerada, a Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Rodovias (NHTSA) seria obrigada a estipular regras e as montadoras teriam pelo menos dois anos de prazo de entrega.

"Isso nos dá basicamente tudo o que solicitamos e faz isso mais cedo", disse Wicker. "É uma grande vitória."

A NHTSA planeja dobrar o investimento em sua campanha anual de conscientização sobre insolação, de nome "Where's Baby" (Onde está o bebê, em português). A organização planeja também convocar montadoras, empresas de tecnologia, fabricantes de produtos infantis e outras empresas para uma reunião sobre este tema no final deste mês.

A NHTSA normalmente leva anos para escrever leis. Por exemplo, uma proposta para exigir que as montadoras enviem notificações por e-mail de recalls está pendente há mais de três anos.

Wicker também instruiria os estados a usar uma parte dos fundos do programa de segurança nas rodovias para educar o público sobre os riscos de deixar uma criança ou passageiro desacompanhado em um veículo, exigindo que o Departamento de Transporte encomendasse um estudo sobre a modernização de veículos automotivos de passageiros existentes.

Os deputados Frank Pallone e Jan Schakowsky, democratas que supervisionam questões automotivas, disseram em comunicado conjunto que o esforço é "um grande passo na direção certa", mas "compromissos voluntários não resultam necessariamente em ações significativas".

Eles acrescentaram que o Congresso deve "buscar legislação que exija que essas empresas tomem as medidas necessárias para proteger as crianças e responsabilize as empresas".

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Errata: este conteúdo foi atualizado
O texto originalmente dizia, no 16º parágrafo, que Frank Pallone e Jan Schakowsky são representantes. Na verdade, eles são deputados. O erro já foi corrigido.