Japão recomenda multa de R$ 90,8 mi à Nissan por ocultar renda de Ghosn
O órgão de controle do mercado do Japão disse hoje que recomenda que a Nissan pague uma multa de 2,4 bilhões de ienes (US$ 22 milhões ou cerca de R$ 90,8 milhões na conversão direta) devido à subnotificação da remuneração do ex-presidente Carlos Ghosn.
A multa cobrirá os quatro exercícios de abril de 2014 a março de 2018, informou o Sesc (Observatório de Mercado da Comissão de Valores Mobiliários) em comunicado.
Ghosn foi preso em Tóquio em novembro do ano passado por alegações de má conduta financeira, incluindo subestimar seu salário em cerca de 9,1 bilhões de ienes (R$ 350 milhões) durante um período de quase uma década e transferir temporariamente prejuízos financeiros pessoais para os livros da Nissan. Ele nega irregularidades.
Devido ao estatuto de limitações, a Nissan não é responsável por notificar antes do exercício financeiro, que se inicia em abril de 2014, disse uma autoridade do Sesc em uma entrevista coletiva. O regulador financeiro do Japão, a Agência de Serviços Financeiros, tomará uma decisão final sobre a multa.
Uma multa de 2,4 bilhões de ienes seria a segunda maior já aplicada no Japão por relatórios falsos em uma demonstração financeira corporativa, atrás de uma multa de 7,3 bilhões de ienes (R$ 280 milhões) aplicada à Toshiba em 2015, segundo o Sesc.
A Nissan afirmou em comunicado que leva a sério as recomendações do Sesc. "Lamentamos profundamente as partes interessadas por qualquer problema causado. Continuaremos os esforços para fortalecer a governança e a conformidade, inclusive garantindo a precisão da divulgação de informações corporativas ", afirmou.
O Sesc reconheceu falsas denúncias da Nissan com base em sua investigação, disse o oficial a repórteres.
Nissan no prejuízo
O novo executivo-chefe da Nissan, Makoto Uchida, comprometeu-se em seu primeiro dia no cargo, em 2 de dezembro, a reparar a lucratividade e disse que estabelecer metas realistas seria a chave para esse objetivo, já que a Nissan tenta romper com a liderança de Ghosn.
A "Reuters" citou em junho uma fonte dizendo que a Nissan seria multada em até 4 bilhões de ienes e que poderá receber uma multa reduzida de cerca de 2,4 bilhões de ienes se a montadora apresentar documentação ao Sesc antes de iniciar uma investigação formal.
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