Empresa turca diz que Ghosn usou jatos ilegalmente em fuga do Japão
Uma empresa de jatos particular turca afirmou nesta sexta-feira que o ex-chefe da Nissan Carlos Ghosn usou dois de seus aviões ilegalmente para fugir do Japão, e que um funcionário falsificou registros de aluguel para excluir o nome do executivo dos documentos.
A MNG Jet disse que registrou uma queixa criminal em relação ao incidente um dia depois de a polícia turca deter sete pessoas, incluindo quatro pilotos, em uma investigação sobre a passagem de Ghosn por Istambul a caminho do Líbano.
Ghosn se tornou um fugitivo internacional depois de revelar, na terça-feira, que fugiu para o Líbano para escapar do que classificou como um sistema de justiça "manipulado" no Japão, onde enfrenta acusações relacionadas a supostos crimes financeiros.
Ontem, o Líbano recebeu um mandado de prisão da Interpol para Ghosn, cuja fuga inesperada de sua casa em Tóquio para uma residência em Beirute ainda não foi totalmente explicada.
Citando fontes investigativas, a emissora pública japonesa NHK disse que uma câmera de vigilância flagrou o ex-presidente da Nissan Motor 7201.T saindo de sua residência de Tóquio sozinho pouco antes da fuga internacional.
As imagens foram feitas por uma câmera instalada em sua casa no centro da capital japonesa perto do meio-dia de domingo, e a câmera não o mostrou retornando, disse a NHK. Na manhã de segunda-feira ele já havia pousado em Istambul.
A MNG Jet disse em comunicado que alugou dois jatos a dois clientes diferentes por meio de acordos que "aparentemente não estavam conectados um ao outro". Um avião voou de Osaka a Istambul, e o outro de Istambul a Beirute.
"O nome do senhor Ghosn não apareceu na documentação oficial de nenhum dos voos", disse. "Depois de ter sabido pela mídia que o aluguel estava beneficiando o senhor Ghosn, e não os passageiros declarados oficialmente, a MNG Jet iniciou um inquérito interno e registrou uma queixa criminal na Turquia", acrescentou.
Um funcionário admitiu ter falsificado os registros e confirmou que "agiu individualmente", segundo a empresa.
Os pilotos e outros detidos, incluindo dois empregados de aeroporto e um funcionário do setor de carga, foram enviados aos tribunais nesta sexta-feira depois de dar depoimentos à polícia, de acordo com uma testemunha da Reuters.
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