O Leaf se esforça para justificar a etiqueta exorbitante. Sai de fábrica com um pacote de equipamentos esperado para um carro deste valor. Há tecnologias como alerta de pontos cegos e assistências de condução semiautônoma, como piloto automático adaptativo e frenagem de emergência. Assim como no Kicks, a câmera com visão em 360 graus é uma mão na roda e o painel digital é bem completo e fácil de entender: o usuário rapidamente "se encontra" nos menus.
Além de ser importado da Inglaterra, o Leaf vem com um carregador de parede suficiente para recarregar as baterias de íon-litio em aproximadamente 6 horas. Os custos de instalação são cobertos pela empresa - salvo adaptação na rede elétrica, que será cobrada do cliente. No carro vem também um cabo de recarga de emergência e um adaptador para tomada de três pinos. Neste caso, porém, o tempo de recarga total pode chegar a 20h.
Porém, alguns detalhes entregam que o hatch não foi feito para ser carro de luxo, e sim mais acessível - como de fato é em todos os mercados da América do Norte, Europa e Ásia. O acabamento é bom, mas está de longe de ser requintado; vários botões vêm de modelos mais baratos da marca; e a coluna de direção tem o velho sistema de regulagem de altura que faz o volante "despencar" quando o motorista puxa a alavanca que destrava a coluna.
A vida a bordo, porém, é muito boa. O isolamento acústico é digno de elogios, e olha que isso é fundamental em um carro que não emite qualquer som de motor. Dificilmente se ouve o barulho dos pneus em contato com o asfalto ou mesmo o de alguns sistemas em funcionamento - algo que normalmente acontece em outros veículos movidos a eletricidade.
O espaço interno é bom para quatro adultos, embora o banco traseiro seja alto demais para alojar as baterias de 40 kWh - que ficam próximas ao assoalho. E o porta-malas tem bons 435 litros, praticamente empatado com os 432 litros do Kicks. Tudo isso em um carro 20 cm mais longo e com a mesma largura de um Volkswagen Golf.