BYD Song Plus x GWM Haval H6

Tecnológicas, marcas chinesas se enfrentam em duelo de SUVs que fazem mais de 30 km/l na cidade

Alessandro Reis e Guilherme Menezes Do UOL, em São Paulo (SP) Alessandro Reis/UOL

Já ficou no passado o tempo em que carro chinês era associado a baixa qualidade e ideias copiadas de montadoras ocidentais.

Hoje, inclusive, montadoras do gigante asiático estão na vanguarda da eletrificação e vendem veículos bonitos e repletos de tecnologia que poderiam muito bem ser comercializados por famosas marcas de luxo.

O Brasil não é exceção e duas fabricantes chinesas oferecem aqui SUVs com esse perfil por preços competitivos e o apelo de baixíssimo consumo de combustível: a BYD, com o Song Plus. e GWM, com o Haval H6 PHEV.

Em comum, a dupla tem preço sugerido de R$ 270 mil e propulsão híbrida do tipo plug-in: que combina motor a combustão com um ou mais propulsores elétricos e cujas baterias podem ser recarregadas na rede elétrica.

Graças a essa tecnologia, os dois rodam a maior parte do tempo na eletricidade e impressionam com as médias oficiais de consumo: 38,4 km/l e 28,6 km/l na cidade, respectivamente, segundo o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

UOL Carros rodou cerca de uma semana com os dois utilitários esportivos, que serão fabricados no Brasil a partir do ano que vem, e conta a seguir se as médias de consumo são factíveis e como é conviver com eles no dia a dia.

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BYD Song Plus

Motorização: motor 1.5 e motor elétrico
Combustível: gasolina
Potência (cv): 235 (combinada)
Torque (kgfm): 32,2
Câmbio: CVT
Tração: dianteira
Direção: elétrica
Dimensões: Altura (mm): 1.680; Largura (mm): 1.890; Comprimento (mm): 4.705; Entre-eixos (mm): 2.765
Tanque: 57 litros
Porta-malas: 574 litros

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GWM Haval H6 PHEV

Motorização: motor 1.5 turbo a gasolina e dois motores elétricos
Combustível: gasolina
Potência (cv): 393 cv (combinada)
Torque (kgfm): 77,7
Câmbio: automático com duas velocidades
Tração: integral
Direção: elétrica
Dimensões: Altura (mm): 1.729; Largura (mm): 1.886; Comprimento (mm): 4.683; Entre-eixos (mm): 2.738
Tanque: 55 litros
Porta-malas: 560 litros

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Design

Haval H6 e BYD Song Plus vão além do fator novidade

Medindo cerca de 4,70 m de comprimento e mais de 2,7 m de distância entre-eixos, tanto o BYD quando o GWM são consideravelmente maiores do que o Jeep Compass

Ambos têm porte imponente e seu visual chama a atenção nas ruas não só por serem novidades, mas porque são bonitos mesmo.

O Song Plus exibe dianteira com faróis full-LED afilados ladeando a grade hexagonal com o emblema da BYD ao centro de uma barra que parece ser de metal.

O H6, por sua vez, traz faróis de LED ainda mais finos e uma grade enorme, sem moldura, com filetes cromados. Lembra modelos recentes da Peugeot, embora tenha personalidade própria.

Na traseira, ambos exibem lanternas de LED unidas por uma barra iluminada que atravessa a tampa do porta-malas.

Por dentro, o Haval é mais minimalista e o Song Plus, mais rebuscado, mesclando materiais de diferentes cores e texturas.

O H6 também é um pouco mais alto e tem um estilo mais típico de SUVs - enquanto o BYD aposta em um desenho mais dinâmico e esportivo.

Dizem que gosto não se discute e os dois modelos se destacam quanto ao design. Vale destacar que o Song Plus passou recentemente por uma reestilização em outros mercados.

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Equipamentos

Haval traz mais itens tecnológicos

Com preço se aproximado dos R$ 300 mil, os dois carros são muito bem equipados.

Ambos saem da fábrica com itens como teto solar panorâmico, retrovisores com rebatimento elétrico, ar-condicionado com dois ajustes independentes de temperatura, recarga de celular por indução e tampa do porta-malas com acionamento elétrico - no H6, ela pode ser acionada passando o pé embaixo do para-choque traseiro.

Os dois também contam com bancos dianteiros ventilados e com ajustes elétricos, bem como painel digital e multimídia com Android Auto e Apple CarPlay - que não requer fio no caso do GWM.

Por outro lado, só o BYD traz multimídia rotativa, que pode ficar tanto na horizontal quanto na vertical e tem porte maior - são 12,8 polegadas no Song Plus e 12,3 no H6 PHEV.

O Haval traz multimídia menor e um tanto menos ágil aos comandos por toque, mas contra-ataca ao trazer internet 4G dedicada.

Pena que, nos dois modelos, a maioria dos comandos, incluindo os ajustes da climatização, é feita obrigatoriamente por meio da multimídia - isso não é muito prático nem intuitivo.

Pelo menos, o BYD traz mais botões físicos no console central para ajustes como modo de condução e tipo de tração, que pode ser híbrida ou totalmente elétrica.

Quanto às assistências à condução, ambos têm alerta de ponto cego, frenagem autônoma de emergência, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo e sistema de manutenção na faixa de rodagem, que move o volante e centraliza o veículo entre as marcações no asfalto.

Contudo, o Haval vai além e oferece tecnologia de condução semiautônoma mais avançada, capaz de identificar os veículos ao seu redor, desviar de caminhões e até estacionar o carro de forma totalmente automática.

O Haval também é capaz de repetir, de ré, os últimos 50 m rodados e traz head-up display, que exibe informações como velocidade na altura do para-brisa.

Os recursos descritos nos dois parágrafos acima não são disponibilizados no Song Plus.

Quanto aos itens de série, não tem muita discussão: o representante da GWM tem ampla vantagem nesse quesito.

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Vida a bordo e impressões ao volante

Haval anda mais e tem pegada mais esportiva; BYD vai bem no asfalto maltratado

Concordamos que o Haval H6 PHEV é mais recheado de itens tecnológicos, mas isso não significa que o Song Plus esteja muito atrás quanto a itens de conforto e conveniência.

O SUV da BYD abre larga vantagem em relação à vida a bordo.

Para começar, tem rodar consideravelmente mais confortável, capaz de filtrar boa parte das imperfeições do nosso maltratado asfalto, sem oscilar demais nas curvas.

No Song Plus, a assistência elétrica deixa o volante extremamente leve em baixas velocidades, enquanto o H6 tem um ajuste mais esportivo tanto na direção quanto na suspensão

O Haval é um carro mais "na mão", sem ser duro demais - contudo, de fato, ele sofre mais com buracos e valetas do que o rival da BYD.

Por falar no Song Plus, o conforto é reforçado principalmente no banco traseiro - cujo encosto tem ajuste de inclinação, ao passo que o assento, mais largo, traz melhor apoio para as pernas.

Também conta a favor do BYD o assoalho totalmente plano na traseira - no H6, há um pequeno ressalto na parte central do piso.

Ambos trazem muito espaço para as pernas no banco de trás e porta-malas com elevada capacidade - são 574 litros no Song Plus e 560 litros no GWM.

Em relação ao acabamento interno, o BYD é mais caprichado - nele, as portas traseiras têm revestimento macio ao toque como na dianteira, enquanto no H6 quem viaja atrás tem revestimento de plástico duro.

O Haval está longe de ser básico ou mal acabado, muito pelo contrário. Mas o Song Plus trata melhor seus ocupantes no que se refere ao conforto.

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Consumo e desempenho

Haval e Song Plus bebem muito pouco, mas GWM ainda menos e tem tração integral

Na prática, tanto o Haval H6 PHEV quanto o BYD Song Plus rodam quase como veículos totalmente elétricos

Especialmente no ciclo urbano, o motor a combustão é mais acionado para dar uma força extra ao pisar fundo no acelerador e também para recarregar as baterias.

Neles, se você não abusar do acelerador, dificilmente faltará carga nas respectivas baterias, mesmo sem a respectiva recarga em uma tomada.

Como o motor a combustão é pouco acionado, as impressionantes médias de consumo divulgadas pelo Inmetro parecem ser possíveis no mundo real - se o modo de condução mais econômico estiver ativado e se o motorista pisar leve.

Nesse aspecto, o Haval H6 PHEV tem uma vantagem: com baterias de 34 kWh, ele tem autonomia no modo totalmente elétrico de até 170 km, segundo a fabricante - contra 8,3 kWh e 51 km do representante da BYD.

No caso do Haval, é como se você tivesse um veículo "dois em um", que pode ser usado como híbrido ou elétrico puro.

Entretanto, como já destacamos acima, ambos rodam a maior parte do tempo só na eletricidade.

Só que, por ter baterias bem maiores, o H6 permite acelerar mais e por mais tempo sem esgotar a respectiva carga.

Outra vantagem do H6 é o desempenho do conjunto motriz: ele combina motor 1.5 turbo com dois propulsores elétricos, um em cada eixo, para entregar 393 cv de potência e 77,7 kgfm de torque combinados.

De fato, o carro anda muito, a despeito de pesar duas toneladas, e tem tração integral nas quatro rodas.

O Song Plus também faz bonito em relação ao desempenho, embora fique bastante atrás: tem tração apenas no eixo dianteiro e, combinando motor 1.5 aspirado com outro elétrico, rende 235 cv e 32,2 kgfm.

Quanto ao consumo, o H6 gasta menos combustível, na prática, por rodar mais no modo elétrico. Também traz números de potência e torque consideravelmente melhores.

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Conclusão

Dupla é campeã em economia, mas personalidades são distintas

Por R$ 270 mil, tanto o BYD Song Plus quanto o GWM Haval H6 oferecem excelente custo-benefício, na comparação com marcas mais tradicionais, em relação a design, consumo de combustível e tecnologia embarcada.

Já chegou a hora de deixar o preconceito de lado e considerar colocar um deles na sua garagem.

Vale destacar que existe uma terceira opção de SUV híbrido plug-in, igualmente de marca chinesa, com muitas das vantagens oferecidas pela dupla deste duelo: trata-se do Caoa Chery Tiggo 8 Pro Plug-in Hybrid, que está com desconto e é oferecido por R$ 239.990.

Comparando Song Plus com Haval H6 PHEV, dá para dizer que o primeiro se destaca em relação ao conforto a bordo, enquanto o segundo vence no que se refere a desempenho e tecnologia embarcada.

É claro que os dois ainda têm pontos a melhorar e um deles é o painel de instrumentos digital, pequeno demais no Haval (10 polegadas), dada a elevada quantidade de informações que ele exibe, e simples demais no Song Plus, apesar de suas 12,3 polegadas.

Ambos ainda são produzidos por marcas que estão se estabelecendo no Brasil e não têm ainda a mesma estrutura de pós-vendas de marcas há muito tempo aqui estabelecidas.

E você, qual carro é o seu preferido? Deixe sua opinião nos comentários.

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