A VW Caminhões e Ônibus crescia rapidamente em meados dos anos 2000. Entre seus feitos, a empresa conseguiu a proeza de desbancar a Mercedes da liderança de caminhões em 2003, algo impensável até então.
Rapidamente a divisão brasileira atraiu atenção dos europeus. A alemã MAN adquiriu a VW Caminhões e Ônibus em 2009, dando origem à MAN Latin America. Aí começava a trajetória internacional da marca fundada nos anos 80, e a de Cortes também.
Cada vez mais presente nas reuniões com a matriz, o executivo construiu uma boa reputação dentro da VW Truck & Bus GmbH que foi criada em 2015 com sede na Alemanha.
Depois de três anos, a empresa (que também incluía a Scania) virou Traton AG. Desde então, Cortes, que àquela altura já era membro do conselho administrativo da MAN e do conselho executivo da Traton, recorda com carinho de um dia em especial. "Poder tocar o sino na bolsa de valores de Frankfurt (durante a abertura de capital do grupo Traton) foi um momento histórico para mim", lembra.
Hoje a Volkswagen Caminhões e Ônibus ocupa um lugar de destaque dentro do grupo, fazendo com que Cortes precisasse viajar pelo menos três vezes por mês à Europa - antes da pandemia, evidentemente.
"Acredito que criamos uma confiança irrestrita depois de tanto tempo de convivência. Só o privilégio que foi me dado de comandar uma operação é prova disso. Creio que, por já ter atuado na área financeira, posso entender o comportamento de mercados inflacionários no balanço internacional de uma empresa. Consegui mostrar como tocar empresas em mercados que já tiveram inflação de 1000% ao ano. Então tudo isso me fez aproximar da matriz e conquistar um respeito por parte deles".