A descoberta
No Brasil, as mulheres representam 0,5% do total de caminhoneiros, de acordo com a Confederação Nacional de Transporte (CNT). Em um ambiente sem grande participação feminina, surge a Afrodite. Uma mulher, trans, com 72 de idade e que vence as barreiras dos preconceitos diariamente ao lado de seu caminhão.
Antes de virar Afrodite, seu nome era Heraldo de Almeida Araújo. Heraldo, por sua vez, deixou de existir e deu espaço para o nascimento de uma nova mulher.
Afrodite se descobriu transexual aos 13 anos, quando adotou o nome da deusa grega. A primogênita da família se identificou com o sexo feminino no nascimento de sua primeira irmã.
Foi a partir deste momento que as indagações surgiram. Afrodite se questionava e queixava para a sua mãe o motivo pelo qual não era igual a uma menina.
"Quando me mudei para São Paulo na adolescência, sentia inveja das meninas. Queria ser igual a elas, ter seios como elas e ter a aparência feminina".