Argo e Sandero não são adeptos da tendência de downsizing. O hatch da Fiat usa o defasado motor 1.8 e.torQ que também equipa Toro e Renegade. São 139 cv quando abastecido com etanol e 135 cv se movido a gasolina. O torque máximo é de 19,3 kgfm com o combustível da cana de açúcar e 18,8 kgfm com gasolina.
O Argo é prejudicado pelo câmbio automático de seis marchas, que não trabalha em sintonia com o motor. Quem se deixa levar pelo visual esportivo do Argo HGT vai se decepcionar, já que as arrancadas são um pouco preguiçosas. O comportamento do carro, porém, muda bastante a partir dos 60 km/h. Mas o modelo não é feito só de pontos negativos: a direção leve proporciona agilidade nas manobras e a suspensão tem calibragem bem diferente do padrão da Fiat. Isso faz com que a carroceria incline bem menos nas curvas e o carro faça curvas com muito mais competência.
Já o Sandero usa o 1.6 16V da família SCe. São 118 cv quando abastecido com etanol e 115 cv se movido a gasolina, com torque máximo de 16 kgfm independente do combustível escolhido.
A transmissão do tipo CVT vem da Nissan e é responsável direta pelo visual "quase Stepway" da versão Intense. Isso porque os engenheiros da Renault precisaram elevar a altura da suspensão para encaixar o câmbio no hatch. A (criativa) saída da área de marketing foi aplicar o estilo aventureiro no Sandero. Fato é que o câmbio casou bem com o motor de 1,6 litro, lembrando que uma caixa CVT prioriza conforto em vez de desempenho.
Apesar da diferença de potência, os números de desempenho são bem parelhos. O Argo precisa de 10,4 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, enquanto o Sandero cumpre a mesma prova em 11 segundos.
O modelo da Renault também é mais econômico segundo os dados do Inmetro: o Sandero faz 8,1 km/l na cidade e 8,8 km/l na estrada com etanol no tanque e 11,8 km/l e 12,8 km/l com gasolina. Já o Argo faz 6,9 km/l e 9,1 km/l se abastecido com etanol e 10 km/l e 12,8 km/l quando movido a gasolina. No nosso teste, o Sandero fez uma média de 7 km/l com etanol e o Argo não passou de 8 km/l com gasolina, sendo ambos no perímetro urbano.
Por ter números de desempenho parecidos e médias de consumo mais eficientes mesmo com um motor de menor cilindrada, a vitória fica com o Sandero.