Dos dois, o Chevrolet Onix ressalta mais as curvas e o dinamismo. O City, por outro lado, é mais maduro, com recortes mais amplos ao redor de todo o carro. Ainda que o sedã da marca japonesa seja bem resolvido no design, o rival da fabricante americana é mais ousado.

O Onix traz grade dianteira com a "boca" maior, é mais comedido no cromo da parte dianteira, mas justamente por isso consegue ser mais harmônico. As rodas tem desenhos mais fluidos e, na traseira, a tampa do porta-malas explora mais as diferenças de relevo. Entretanto, os faróis do City se destacam, por serem de LED.

No interior, por outro lado, o City até que vence, devido a sua forte inspiração no Civic e no Accord. Tem aspecto bem mais refinado e explora melhor as cores, ainda que o visual do Onix seja mais ousado também no interior, com muitos vincos e recortes.

Em relação ao Onix, o City não tem carregamento por indução, sistema concierge, Plugues USB para quem vai atrás, alerta de velocidade e assistente de estacionamento semiautônomo.

Outra virtude do Onix em relação ao City é a sua central multimídia. Ainda que o tamanho de ambos seja o mesmo (8 polegadas), as interfaces da Chevrolet são mais modernas, delicadas e intuitivas para mexer.

Por outro lado, o City é o único que tem piloto automático adaptativo e condução semiautônoma, faróis de LED, assistente de farol alto, alertas de mudança e de permanência de faixas, aviso de colisão frontal com frenagem automática de emergência, centralização nas faixas, saída de ar para a fileira traseira, rebatimento elétrico dos retrovisores (que são fotocrômicos), painel TFT de 7 polegadas, trocas de marca no volante, entre outros.

O City chama a atenção pela utilização dos materiais sensíveis ao toque no painel e nas laterais (inclusive atrás), bem como pelos bancos que têm o sistema chamado pela Honda de 'antifadiga'.

Além disso, há saída de ar-condicionado para quem vai atrás, bem como pelo fato de que, na fileira traseira, o espaço para pernas e pés é ligeiramente superior.

O Onix não deixa de acomodar muito bem os ocupantes, com vantagem de oferecer maior porta-malas, carregamento para celular sem fio, plugues USB para quem vai atrás e sistema concierge com a plataforma OnStar.

É bem perceptível para onde foram parar os R$ 20 mil de diferença entre o City e o Onix (inclusive falaremos mais sobre o tópico nos itens a seguir).

O City é indiscutivelmente mais sofisticado, mas não é tão mais equipado assim. Ainda que o japonês tenha maior valor agregado, quem comprar o Onix pelo custo-benefício estará fazendo uma excelente escolha.

Mesmo quando falamos de outros temas, como o espaço interno, desempenho, dirigibilidade e consumo (que é justamente o que iremos tratar ainda), a briga é bastante acirrada. Diante de tudo isso, não é nada mal mesmo levar o Onix e ainda deixar R$ 20 mil no bolso.

O City vem com motor 1.5 flex de 126 cv e 15.8 kgfm, câmbio CVT, sete marchas simuladas, capaz de acelerar até 100 km/h em 10,5 segundos. O consumo, por sua vez, é de 13,1 km/l na cidade e 15,2 km/l na estrada com gasolina. Ou 9,2 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada com etanol.

O seu rival da Chevrolet traz motor 1.0 com 3 cilindros em linha, turboflex, que gera 116 cv e 16,8. Seu câmbio automático tem seis marchas e chega aos 100 km/h em 10,4 segundos. Com isso, seu consumo é de 8,6 km/l (cidade) e 10,9 km/l (estrada) com etanol. Ou 12 km/l (cidade) e 15 km/l (estrada) com gasolina.

Sua calibração de suspensão tende a ser mais rígida do que macia, mas ainda oferece mais conforto do que o Onix. Além disso, é bem perceptível que tem maior rigidez de carroceria, o que transforma o City em um carro mais previsível nas curvas do que o Chevrolet. Ambos têm qualidade de isolamento acústico similar.

Por outro lado, o Onix é mais ágil quando o motor enche. Além disso, sua posição ao volante é mais baixa, o que contribui para a boa ergonomia, ainda que o City não deixe a desejar nesse quesito também.

Ou seja, o City é um pouco mais econômico e transmite mais a sensação de solidez ao volante. Enquanto isso, o Onix é mais "esperto". Por isso, o City leva a melhor, mas não por muito.

R$ 20 mil não é pouco dinheiro, ainda mais pelo fato de que o Onix é páreo para o City. Ambos "falam" alto dentro do segmento dos sedãs compactos pelos seus equipamentos, eficiência, desempenho e a qualidade de forma geral.

Mesmo diante de todos os pontos que o City quase foi desbancado pelo Chevrolet, temos que reconhecer que o japonês é mais "carro" e que podemos, sim, enxergar para onde foram parar os R$ 20 mil. Por isso, merece a vitória.

Por outro lado, justamente pela diferença de preço e o quanto ela representa no bolso, nos deparamos com um caso bem peculiar. As marcas japonesas sempre foram dominantes no campo do custo-benefício. Entretanto, desta vez, vemos um rival capaz de fazer esse jogo virar.

Quem quer o vencedor, será muito feliz. Aos que visam a economia a todo o custo, poderá (ou melhor, deverá) comprar o Onix, sabendo que não sentirá qualquer tipo de remorso após tomar essa decisão.