O melhor sedã

BYD King mostra força na estreia e supera City, Classe E, Sentra e Corolla na disputa do Prêmio UOL Carros

Raphael Panaro Colaboração para o UOL

'Os sedãs estão com os dias contados'. A frase anterior tem seus defensores, mas esta categoria do Prêmio UOL Carros 2024 mostra que não é bem assim, com quatro dos cinco finalistas apresentando carros inéditos ou estreando novidades na linha.

Quem ficou com o troféu neste ano foi o BYD King, grande atração do segmento este ano e que chegou com vontade de incomodar a hegemonia do Toyota Corolla.

"Os sedãs integram uma categoria extremamente competitiva e sólida. O King vem, de fato, para ser disruptivo, para trazer um outro nível de sedã. Sem dúvida nenhuma, a gente tem marcas tradicionais muito fortes, mas já estava na hora de chegar algo novo para abalar o mercado", festeja Denis Onishi, diretor da BYD.

Principal alvo dos rivais, o Corolla é o único que não teve atualizações. Mesmo assim continua vendendo quase três vezes mais que os todos os concorrentes (juntos) em 2024.

Já o Sentra, vencedor em 2023, passou por um quase imperceptível facelift, além da Nissan ter equipado mais seu produto. Único representante premium do segmento, o Mercedes-Benz Classe E estreou no começo do ano (e já virou de linha no meio do caminho).

O último a apresentar atualizações neste ano foi o Honda City, que teve mudanças discretas no visual para se diferenciar da versão hatch e apresentou mudanças na oferta de itens de série.

BYD King

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A maior novidade do segmento em 2024, com certeza, foi o sedã híbrido chinês. O BYD King chegou na metade do ano para a difícil disputa com o tradicional Toyota Corolla, líder absoluto da categoria. A aposta é no design, preço e motor híbrido plug-in.

A tática até deu certo inicialmente. O impacto e o investimento da BYD fez o King superar as vendas das versões híbridas do rival japonês no primeiro mês cheio de vendas. Mas durou pouco. E, levando em conta toda a gama, o Toyota emplaca quase oito vezes mais que o BYD na média.

O King tem dimensões maiores que seu principal rival. São 4,78 metros de comprimento e 2,72 m de distância entre-eixos. O Corolla tem 4,63 m e 2,70 m, respectivamente. Entretanto, o carro chinês perde na capacidade do porta-malas: 450 litros contra 470 l do Toyota.

O sedã da BYD é vendido em duas versões, ambas com motor 1.5 litro aspirado a gasolina aliado a uma unidade elétrica. Na mais em conta, GL (R$ 175.800), são 209 cv e a bateria de 8 kWh fornece autonomia de 80 km, segundo o Inmetro, além de médias de 16,8 km/l (cidade) e 14,7 km/l (estrada).

Já a GS (R$ 181.900) tem 235 cv, 18,3 kWh de bateria, vai de 0 a 100 km/h na casa dos 7 segundos e roda 32 km sem gastar combustível. O consumo é parecido: 16,3 km/l (urbano) e 14,3 km/l (rodoviário).

A grande decepção, no entanto, é não oferecer nenhuma tecnologia semiautônoma de assistência à condução nem na opção mais cara. O sedã deixa de fora equipamentos, como frenagem de emergência, sensor de ponto cego e assistente de permanência em faixa, por exemplo.

Confira a avaliação completa do BYD King

Honda City

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Já nos 45 minutos do segundo tempo o Honda City 2025 foi lançado no Brasil. O sedã chegou com pequenas alterações na grade dianteira e para-choques, mas só olhares muito atentos vão perceber as diferenças frente ao anterior. Uma dica mais fácil? Olhe para o novo desenho das rodas de liga leve.

Dentro, o City agora tem freio de estacionamento eletrônico, gráficos aprimorados na central multimídia com tela de 8", que agora tem Apple Carplay e Android Auto sem fio. Outra adição é o pacote de segurança Sensing a partir da configuração EX.

Traz controle de cruzeiro adaptativo, alerta de mudança de faixa que correções no volante, sistema de frenagem para mitigar colisões e ajuste automático dos faróis.

Fator comum em todas é o motor 1.5 flex aspirado de máximos 125 cv e a transmissão automática CVT. As quatro versões de outrora também seguem: LX (R$ 117.500), EX (R$ 126.000), EXL (R$ 134.200) e Touring (R$ 142.400). Os valores, no entanto, foram reajustados entre R$ 2.200 e R$ 4.300.

Confira todos os detalhes sobre o Honda City

Nissan Sentra

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Em meados deste ano, a Nissan lançou o reestilizado Sentra no Brasil. Assim como o City, será preciso um pequeno esforço para perceber as mudanças, que se concentram na grade dianteira, além do logotipo mais moderno da marca japonesa.

A mexida mais significativa foi na oferta de equipamentos da versão de entrada Advanced, que adicionou faróis automáticos, travamento e destravamento das portas em caso de acidentes, e alertas de ponto cego, de tráfego cruzado e de prevenção de mudança de faixa. Seis airbags, central de 8" , faróis de LED, rodas aro 17 e ar-condicionado digital de duas zonas já vinham de série.

A opção mais cara, Exclusive, vem ainda com teto solar, sistema de som da grife da Bose, retrovisor interno eletrocrômico e câmera 360°. Atualmente o sedã custa parte de R$ 162.690 e chega a R$ 183.890.

A Nissan ainda cobra R$ 1.700 extras em cima da configuração topo de linha se você quiser o interior na cor Sand (uma mistura de bege com marrom) . O freio de estacionamento no pé segue intacto?

O motor é igual para ambas as opções: o manjado 2.0 aspirado de 151 cv e 20 kgfm só a gasolina. Com câmbio CVT, precisa de 9,4 s para chegar aos 100 km/h. Já as médias de consumo ficam em 11 km/l (cidade) e 13,9 km/l (estrada), de acordo com o Inmetro.

Confira a avaliação completa do Nissan Sentra

Mercedes-Benz Classe E

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A nova e 11ª geração do sedã de luxo tem uma história curiosa por aqui. Estreou em fevereiro na versão E300 Exclusive, com visual inédito e muita tecnologia embarcada: eixo traseiro direcional, suspensão adaptativa a ar e painel de instrumentos com gráficos 3D, por exemplo. O primeiro lote trazia apenas 15 unidades a R$ 639.900 cada.

Porém, cinco meses depois, a Mercedes-Benz trouxe a linha 2025 e reposicionou o modelo. Excluiu os equipamentos listados acima e diminuiu o preço: R$ 578.900 — uma diferença de R$ 61 mil. Tudo para fazer frente ao rival direto, o BMW Série 5.

Apesar disso, o carro vem bastante completo, com a super tela integrada do quadro de instrumentos (12,3") e do multimídia MBUX (14,4") - é possível ainda ter um terceiro visor, também de 12,3", para o passageiro opcionalmente.

Outro destaque é o pacote de recursos de segurança e assistências ativas para o motorista (ADAS).

O motor é o 2.0 turbo híbrido leve com 258 cv e 40,7 kgfm. Com transmissão automática de nove marchas, o Classe E acelera de 0 a 100 km/h em bons 6,3 segundos.

Confira a avaliação completa do Mercedes-Benz Classe E

Toyota Corolla

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Nem King, nem novo Sentra. O rei dos sedãs, ao menos em vendas, é o Toyota Corolla, que já teve mais de 30.000 unidades comercializadas em 2024. Para se ter uma noção do tamanho do domínio, o Nissan, segundo colocado, emplacou menos de 5.000 carros entre janeiro e outubro.

Misturando tradição, confiabilidade e pós-venda, o Corolla segue sua trilha de sucesso mesmo com a enxurrada de SUVs. O sedã tem quatro versões com motor 2.0 flex aspirado de 175 cv e 21,3 kgfm. São elas: GLi (R$ 156.090), XEi (R$ 161.290), GR-Sport (R$ 184.890) e Altis Premium (R$ 185.560).

As outras duas são as conhecidas híbridas plenas: Altis (R$ 188.590) e Altis Premium (R$ 198.890). Ambas equipadas com o 1.8 flex aspirado que trabalha em conjunto a um motor elétrico, totalizando 122 cv.

Confira todos os detalhes sobre o Toyota Corolla

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