Primeiro presidente da Toyota do Brasil não nascido no Japão, o peruano Rafael Chang, de 52 anos, recebeu a reportagem de UOL Carros na sede da montadora no País, em São Bernardo do Campo (SP), usando o mesmo uniforme dos demais trabalhadores. O bate-papo ocorreu antes da paralisação das atividades por conta da pandemia de coronavírus.
Com ascendência chinesa, por parte do pai, e japonesa, por parte de mãe, o executivo formado em engenharia em Lima, sua cidade natal, iniciou a carreira em 1993, quando assumiu como estagiário da área de marketing no país vizinho.
Após passagens pela matriz, no Japão, e depois de comandar as operações da Toyota na conturbada Venezuela, Chang assumiu a filial brasileira da montadora no início de 2017.
Na bagagem, ele trouxe a experiência de lidar com as dificuldades do mercado venezuelano, como inflação elevada, vendas despencando e produção local desmantelada - hoje, segundo ele, a Toyota é a única empresa a fabricar veículos no país sul-americano.
Mesmo sem ter nascido no Japão, Rafael Chang demonstra estar perfeitamente alinhado com valores tão tradicionais na cultura oriental. Seu discurso é humilde e ponderado, pontuado diversas vezes por termos como "visão de longo prazo" e "compromisso com clientes, funcionários e fornecedores".
Ele, que relata fazer questão de se comunicar em português com seus comandados, embora admita ainda falar "portunhol", comandou um projeto estratégico aqui: o lançamento, em setembro do ano passado, do novo Corolla - o primeiro automóvel híbrido flex produzido em larga escala do mundo.
No Brasil, além de desafios como aumentar a competitividade e lidar com o dólar alto, Chang conduz outras missões relevantes, como transformar a Toyota em uma empresa que não apenas fabrica e vende automóveis, mas oferece soluções de mobilidade.
O presidente também aborda assuntos como eletrificação, carros autônomos e conectividade. As respostas, que você lerá abaixo, dão a pista do carro que podemos esperar para o futuro: um Corolla híbrido, tecnológico e que você não precisa ser dono para dirigir.