Desde 2016, quando foram investidos R$ 10,8 bilhões na infraestrutura das rodovias públicas federais, o valor destinado a melhorias das condições de rodagem só tem caído. Em 2019, primeiro ano do atual governo, passou para R$ 7,56 bilhões e, em 2021, para R$ 5,8 bilhões.
Entre 2016 e 2020, a média de investimento por quilômetro das rodovias concedidas foi de R$ 381,04 mil, contra cerca de R$ 162,92 mil nas rodovias federais sob gestão pública. Em 2021, foi registrado um gasto médio de apenas R$ 108,97 mil por quilômetro nas estradas federais. O investimento do setor privado não foi divulgado.
Outro dado é alarmante: o gasto com acidentes supera o investimento em rodovias. De acordo com a CNT, é histórico no Brasil o custo dos acidentes superarem o valor investido em infraestrutura, "realidade que poderia ser evitada com a melhora da pavimentação, sinalização e geometria das rodovias", diz a entidade.
Este ano, até setembro, estima-se que os custos dos acidentes tenham sido de R$ 8,85 bilhões, enquanto o total pago em investimentos em rodovias federais foi de R$ 4,16 bilhões, resultando em uma diferença de R$ 4,69 bilhões.
Para resolver a situação das rodovias em toda a extensão analisada pela CNT, seriam necessários R$ 62,9 bilhões para a reconstrução de 554 quilômetros que estão com a superfície destruída e para a restauração de 41.039 quilômetros nos quais se identificam trincas, buracos, ondulações, remendos e afundamentos.
Para os trechos desgastados (51.118 quilômetros), o custo estimado para manutenção é de R$ 19,6 bilhões.