Esqueça turbocompressor, injeção direta ou qualquer outra novidade moderna que vemos tanto por aí. O Sandero R.S. é "old school", e isso é muito bom quando falamos de esportivos mais baratos.
Os engenheiros da Renault Sport fizeram um bom trabalho com os ingredientes que tinham ao alcance, pegando o motor 2.0 16V do Duster e acrescentando um pouco de pimenta. O conjunto ganhou coletor de admissão 20% mais largo, novo sistema de escape e remapeamento da central eletrônica. O resultado final? São 150 cv e 20,9 kgfm quando abastecido com etanol, números que caem para 145 cv e 20,2 kgfm se o combustível for gasolina.
Provoque o R.S. e você será recebido com um ronco grave e respostas bem ásperas do motor, que faz o hatch ganhar velocidade mesmo ao mais leve toque no acelerador. As trocas de marcha são feitas rapidamente no câmbio de seis marchas de relações curtas e engates justos - bem diferente da caixa que estamos acostumados a ver no Sandero. A Renault indica 8 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h e velocidade máxima de 202 km/h.
Não foi só o motor que mereceu tratamento VIP dos franceses. A suspensão teve molas, amortecedores, batentes e barras estabilizadoras recalibrados, e ficou bastante firme. Chega a ser um pouco desconfortável na buraqueira do dia-a-dia, mas não incomoda excessivamente seus ocupantes. O lado bom é que o Sandero faz curvas com a competência de poucos esportivos por aí. E também freia muito bem, já que o R.S. ganhou freios a disco nas quatro rodas.
Já a direção com assistência eletro-hidráulica é bastante pesada (algo que já acontece com o Sandero "normal") e exige boa dose de esforço para realizar manobras de estacionamento. Em compensação, seu comportamento na pista é elogiável, com respostas rápidas.