Suzuki Jimny

Jipe traz visual encantador e mais tecnologia para a selva urbana sem deixar de ser 'monstro' do off-road

Vitor Matsubara Do UOL, em São Paulo Marcos Camargo/UOL

Salve, simpatia!

Foi impossível não abrir um sorriso quando vi o Suzuki Jimny Sierra pela primeira vez. É fácil entender porque o estilo simpático conquistou tanta gente no mundo afora, a ponto de a Suzuki retardar o lançamento do carro por aqui para atender a demanda em outros mercados.

Só que quem se deixa encantar apenas pelo visual não sabe o que está perdendo. O Jimny Sierra é uma das pedidas mais divertidas para quem gosta de se aventurar. Valente como poucos, o jipinho se sente bem na cidade e encara todo tipo de obstáculo fora dela sem pestanejar.

UOL Carros passou uma semana com a versão 4Style com câmbio automático, de R$ 122.990, e conta a seguir como foi.

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Sem tempo (ruim), irmão

Foram longos 10 anos até a chegada de uma nova geração, mas a espera valeu a pena. O Jimny Sierra preserva as virtudes que fizeram dele um mito no off-road. Delas vamos falar daqui a pouco, mas fato é que a nova geração ganhou itens de conforto muito bem-vindos.

Agora o jipinho vem com opção de câmbio automático de apenas quatro marchas, mas o desempenho se mostra adequado - até porque não é prioridade em um 4x4.

A tração, aliás, é acionada por alavanca em vez dos botões da antiga geração. Ela ganhou a companhia de assistências eletrônicas, como controle de estabilidade, diferencial de deslizamento limitado, seletor de modos de condução e controle de velocidade em descidas.

A construção do Jimny segue com chassi separado da carroceria (reforçada com aços de ultraresistência) e suspensão de eixos rígidos com molas helicoidais. Reforços no chassi aumentaram a rigidez em 50% e novos coxins melhoraram o conforto ao passar por irregularidades.

Além de tudo isso, a dianteira ganhou barra estabilizadora com maior diâmetro e as carcaças dos eixos estão 30% mais resistentes a flexões na traseira. E a direção agora tem assistência elétrica em vez de hidráulica, mas exige um giro maior do volante por conta do sistemas de esferas recirculantes.

Este pacotão de novidades é "fechado" em grande estilo pelo que existe debaixo do capô. O motor 1.5 aspirado entrega 108 cv e torque máximo de 14,1 kgfm, bem mais do que os 85 cv e 11,2 kgfm de seu antecessor.

Na prática, o Jimny está bem mais confortável, especialmente na cidade. O jipinho embala com maior facilidade e está bem melhor de dirigir na estrada. Mas não adianta esperar desempenho: ele foi feito para andar sem pressa - de preferência bem longe do asfalto.

Os maiores ângulos de entrada e de saída (de 35 para 37 graus e de 47 para 49 graus, respectivamente) e o aumento de 1 cm na altura livre do solo fazem dele um monstro nas trilhas. A curta distância entre eixos de 2,25 metros também ajuda a vencer costelas de vaca, valetas e atoleiros, mesmo com os pneus originais. Em contrapartida, os passageiros precisam se acostumar com os constantes sacolejos.

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Itens avaliados

Design (5): simpatia é uma qualidade que acompanha o Jimny desde sempre. Além do estilo "fofinho", ele também não foge às raízes de um verdadeiro jipe, com linhas mais quadradas e robustas.

Desempenho (3): um jipe não foi feito para correr, e o Jimny não é exceção. Mesmo assim, o Sierra evoluiu muito em relação a seu antecessor, tanto em potência quanto em dirigibilidade. Mas é na lama que ele se sente à vontade; no asfalto, ele fica um pouco desconfortável.

Itens de série (4): o Sierra é muito mais equipado que o antigo modelo - que permanece em linha. Sai de fábrica com central multimídia, ar-condicionado digital e controle de velocidade em descidas.

Custo-benefício (3): ter um jipe não é barato, e o Jimny realmente é caro demais. Porém, ele ainda é a opção mais acessível para quem procura um 4x4 de verdade (e não um SUV) para vencer quase todo tipo de obstáculo.

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Fofinho e feito para dois

O estilo traz uma feliz combinação de referências de todas as gerações anteriores do Jimny.

Os faróis redondos vieram do primeiro modelo, lá de 1970. A grade com barras horizontais, por sua vez, são da terceira geração, que permanece em linha no Brasil. Lá atrás, as lanternas no para-choque são da segunda geração - que por aqui era conhecida como Samurai.

Por trás do charmoso estilo quadrado estão soluções pensadas para as trilhas. O capô é reto para evitar reflexos que atrapalhem a condução e os vidros laterais são planos para acumular menos lama.

A cabine ganhou acabamento mais esmerado, embora ainda seja simples. Embora não seja mais lavável, ela traz mais espaço para os ombros no acanhado banco traseiro. O porta-malas ficou ainda menor e agora parece mais um porta-luvas: a capacidade volumétrica despencou de 113 litros para apenas 85 litros. Se o banco for rebatido, o espaço aumenta para 377 litros. E os parafusos aparentes nos painéis internos da carroceria podem ser substituídos por ganchos de fixação de carga.

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Bem equipado, mas caro

O Jimny Sierra é importado do Japão em duas versões de acabamento: 4You (com câmbios manual ou automático) e 4Style, esta apenas com caixa automática.

De tão completa, a lista de itens de série nem parece de um carro tão "raiz" como o Jimny. Há ar-condicionado digital, central multimidia JBL com suporte a Android Auto e Apple CarPlay, piloto automático com limitador de velocidade, controle de velocidade em descidas, assistente de partida em rampas, câmera de ré e faróis de LED com regulagem de altura dos fachos.

Só que o Jimny Sierra cobra muito caro por tudo isso. Pela versão mais completa cobra-se R$ 122.990, bem mais do que os valores atuais da antiga geração, na faixa de R$ 70 mil a R$ 90 mil.

Para sorte da Suzuki, o jipinho não encontra concorrentes diretos. O modelo mais próximo em valores é o Troller T4, bem maior, mais potente e mais caro também: o carro feito pela Ford parte de R$ 149.900 com motor 3.2 turbodiesel e câmbio manual.

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Vale a pena?

Existe uma boa parcela dos clientes de Jimny que se encanta pelo carro e o compra apenas para rodar na cidade. Se você está neste grupo, saiba que a nova geração do jipinho evoluiu consideravelmente em dirigibilidade, e é por isso que o Sierra ficou muito melhor de dirigir no meio da selva urbana.

Na versão com câmbio automático, o jipinho poupa o "motorista da malhação involuntária" a cada congestionamento, já que a embreagem pesada do antigo modelo não era feita para amadores.

Porém, se você está de olho no Jimny Sierra para tudo isso e ainda pretende jogá-lo na trilha aos finais de semana, fique tranquilo. Você está diante de um ótimo negócio, desde que não compre carro por metro quadrado - e, claro, não se incomode em pagar mais de R$ 120 mil neste pequenino jipe.

Até porque lembra daquele sorriso que mencionei no começo desta reportagem? Pois bem: ele não vai sair do seu rosto quando estiver no meio da trilha.

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Concorrentes

Divulgação

Troller T4

Preço: R$ 140.900
Motor: 3.2, diesel, turbo, 5 cilindros em linha, 20V
Câmbio: manual de seis marchas
Potência: 200 cv a 3.000 rpm
Torque: 48 kgfm entre 1.750 rpm e 2.500 rpm
0 a 100 km/h: 12,3 segundos
Velocidade máxima: n/d
Consumo (urb. / rod.): n/d
Dimensões: comprimento, 4,09 m; largura, 1,97 m; altura, 1,96 m; entre-eixos, 2,58 m
Porta-malas: 134 litros
Tanque: 62 litros

Murilo Góes/UOL

Jeep Renegade Longitude Diesel

Preço: R$ 134.990
Motor: 2.0, diesel, turbo, 4 cilindros em linha, 16V
Câmbio: automático de nove marchas
Potência: 170 cv a 5.750 rpm
Torque: 35,7 kgfm a 1.750 rpm
0 a 100 km/h: 9,9 segundos
Velocidade máxima:190 km/h
Consumo (urb. / rod.): 9,4 km/l / 11,5 km/l
Dimensões: comprimento, 4,23 m; largura, 1,80 m; altura, 1,72 m; entre-eixos, 2,57 m
Porta-malas: 320 litros
Tanque: 60 litros

Ficha técnica

Preço: R$ 122.990
Motor: 1.5, gasolina, 16V, 4 cilindros em linha
Potência: 108 cv a 6.000 rpm
Torque: 14,1 kgfm a 4.000 rpm
Câmbio: automático de quatro marchas
0 a 100 km/h: 14 segundos
Velocidade máxima: 150 km/h
Consumo: 10,3 km/l (cidade) e 10,2 km/l (estrada)
Dimensões: comprimento 3,64 m, largura 1,72 m, altura 1,64 m, entre-eixos 2,25 m
Porta-malas: 85 litros
Peso: 1.095 quilos
Tanque: 40 litros

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