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26/02/2010 - 14h10

911 Turbo Coupé confirma apego da Porsche à tradição

Da Auto Press
Da AutoMotor/Portugal
Existem automóveis que, mesmo com pequenas alterações, sempre serão símbolos de nosso tempo. E, justamente por não passarem por transformações radicais, mantêm a personalidade marcante. O Porsche 911 Turbo Coupé é um exemplo. Em sua sétima geração, que será mostrada pela segunda vez durante o Salão de Genebra, na Suíça (com início em 4 de março), o esportivo da marca alemã traz mudanças visuais tímidas, mas que não desagradam fãs ou admiradores. A estreia do cupê foi em setembro, durante o Salão de Frankfurt, na Alemanha.

  • Divulgação

    Porsche 911 Turbo Coupé mantém personalidade marcante da grife alemã

Na parte externa do 911 Turbo, são poucas as modificações. Entradas de ar dianteiras de maiores dimensões, luzes diurnas frontais e faróis com tecnologia LED, além de luzes dinâmicas de curva e retrovisores com novo desenho. No interior, tudo se mantém inalterado, ainda que o cupê conte agora com um opcional interessante: o novo volante com borboletas atrás do volante, que fazem a troca manual sequencial da caixa PDK de sete velocidades e dupla embreagem.

Por debaixo do capô está a mudança que importa: o novo motor boxster de injeção direta de gasolina 3.8 litros, derivada da unidade 3.6 litros utilizada pelo Carrera S, que recebeu coletores de admissão expansíveis e turbos de geometria variável. O que permitiu oferecer 500 cv e um torque de 66,2 kgfm entre 1.950 rpm e as 6.000 rpm.

Outra novidade é o diferencial autoblocante traseiro, além de um novo sistema eletrônico de auxílio à condução chamado PTV. O Porsche Torque Vectoring atua através dos freios, sobre a roda dianteira, para evitar que o carro saia de frente.

No Brasil, a importadora Stuttgart Sportcar já confirma para a segunda quinzena de março a vinda das primeiras unidades do novo 911 Turbo. Com preços que iniciam em R$ 739 mil, dá para entender que não são muitos os que podem levar para a garagem tradição e modernidade ao mesmo tempo. (por Karina Craveiro)

IMPRESSÕES AO DIRIGIR: Um esportivo para todos os tipos de motorista

LISBOA (Portugal) - Há males que vêm para o bem. Ou ocasiões que acabam sempre em momentos inesquecíveis. A proposta de passar os primeiros meses do ano com o novo Porsche 911 Turbo era algo capaz de causar um misto de excitação e apreensão. Mas, no final, foi possível usufruir ao máximo todo o potencial do modelo que é, sem dúvida, um dos melhores esportivos do planeta. Ao volante do novo 911 Turbo, ele mostra sua capacidade de adaptação a qualquer tipo de utilização, seja numa condução calma, sem grandes acelerações ou em investidas apimentadas no pedal. Muito por culpa da curva no torque que é praticamente uma reta e, como tal, confere ao motor uma notável resposta em quase todos os regimes.


Na estrada, o 911 não deixa de impressionar, mais uma vez, pela resposta do motor, agora em regimes mais elevados. Ao mesmo tempo, é quase assustadora a simplicidade com que o 911 Turbo ganha velocidade, mantendo sempre uma estabilidade direcional, ao ponto dos 250 km/h serem alcançados perfeitamente. Quem pretender ir um pouco mais longe deve saber que a Porsche anuncia uma velocidade máxima de 312 km/h. O velocímetro digital registrou nada menos do que 326 km/h.
A marca de zero a 100 km/h é anunciada em impressionantes 3,4 segundos pela marca germânica. Na versão Sport Chrono Turbo, basta selecionar o modo Sport Plus do controle de estabilidade, pressionar o freio com o pé esquerdo, acelerar fundo e aguardar que o "Launch Control" se acenda no painel de instrumentos. A impressão é ter o comando de um carro de corrida no videogame, tal o ímpeto com que o motor reage às solicitações do acelerador. Empurra o veículo decididamente para a frente e esmaga os ocupantes contra as costas dos bancos. Quanto ao consumo, por conta das altas velocidades, a média foi de 5 km/l. Os freios, feitos em carbocerâmica, também são um atributo do 911 Turbo. Independentemente do número de vezes e intensidade com que se utilize o sistema, ele chega a ser soberbo.
Mais do que confirmadas todas as capacidades do novo 911 Turbo em linha reta, era tempo de testá-lo em curvas, sobre pisos muito e pouco aderentes. E, também nessas situações, sobram elogios para a criação da Porsche. Ainda com a parte eletrônica toda ligada, não deixa de ser impressionante a extraordinária motricidade garantida pelos enormes pneus, pela tração integral e pelos sistemas eletrônicos de auxílio à condução.
Selecionado o modo Sport Plus, em que o controle de estabilidade se torna mais permissivo, mas não deixa de atuar quando os níveis de aderência atingem um ponto crítico, é possível efetuar uma condução mais dinâmica, mas ainda com patamares de confiança muito elevados. Graças à sofisticação eletrônica, a tendência de um cupê com o motor instalado sobre o eixo traseiro sair de frente quase desaparece.
No final da jornada, uma conclusão. Seja qual for o tipo de motorista que esteja atrás do volante, o seu nível de experiência, a sua predisposição ou os seus objetivos em termos de utilização, dificilmente existirá, hoje, um esportivo no mercado apto a satisfazer com eficácia as mais diversas pretensões. A facilidade e segurança com que qualquer um dirige o automóvel é incrível, e talvez essa seja sua característica mais fascinante. O preço de 179.968 euros no mercado europeu (cerca de R$ 443 mil) traduz todo o brilhantismo dinâmico do modelo, assim como a sua exclusividade. (por António de Sousa Pereira, da AutoMotor/Portugal)

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