Agora a Nasa Vem: Brasília HB20 eleva patamar da criatividade brasileira

Dizem que o brasileiro deveria ser estudado pela Nasa, a agência espacial norte-americana, graças ao dom de inventar coisas diferentes e inusitadas com as peças e as ferramentas que tem à disposição.

Essa fama se aplica ao mundo dos carros e as redes sociais não deixam mentir: a cada semana, surgem fotos e vídeos de novos projetos de veículos em oficinas ao redor do País, combinando características de diferentes modelos com muita criatividade - e algum improviso.

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Uma dessas criações tem gerado bastante curiosidade: uma Volkswagen Brasília com mecânica de Hyundai HB20, lanternas traseiras de Toyota Hilux SW4 e rodas aparentemente emprestadas de um carro da BMW.

Um vídeo mostra o veículo ainda em construção, sem o interior instalado, em local e data desconhecidos. Se você está lendo essa reportagem e sabe mais detalhes, compartilhe as informações na seção de comentários.

O "narrador" começa a gravação exibindo a traseira da Brasília, cuja carroceria foi modificada com soldas e recortes para receber lanternas de um automóvel bem diferente: o SUV Hilux SW4, da Toyota.

De acordo com o autor do vídeo, as peças são de um SW4 modelo 2020.

Não dá para negar que as novas lanternas, que já chamam a atenção no veículo para o qual foram projetadas, deram uma aparência bem mais moderna à antiga perua da Volks. Ao mesmo tempo, a modificação dividiu opiniões.

"[Colocar] lanternas da Hilux é como se fosse uma atualização da Brasília, pois vai ficar muito top", comento internauta em uma das várias postagens do mesmo vídeo, que viralizou.

"Só com essas lanternas daria para pagar a restauração do carro", especulou outro.

"Quando eu vi a lanterna traseira, fiquei morto de vergonha", criticou uma terceira pessoa.

As luzes traseiras são apenas parte da transformação, que na verdade é muito mais profunda.

No vídeo, a narração diz que o automóvel é uma Brasília apenas "por fora", sugerindo que a estrutura de um HB20 foi engenhosamente soldada na "casca" do clássico da VW.

As imagens, de fato, dão essa impressão.

Faz sentido: essa seria a maneira mais fácil e barata de combinar automóveis muito diferentes: na Brasília, o motor fica na parte traseira, enquanto o Hyundai traz propulsor dianteiro.

O projeto tem motor frontal - conforme a gravação, trata-se de um exemplar de 1,6 litro acompanhado de câmbio automático, igualmente originário do HB20.

As adaptações incluem o deslocamento do bocal do tanque de combustível do lado direito para o esquerdo - outro indício de que, por baixo, a Brasília se tornou essencialmente um Hyundai.

Não dá para ver a parte da frente, enquanto as rodas esportivas com logotipo da BMW estão saindo para fora da carroceria, indicando a necessidade de alargar os para-lamas para acomodar eixos de bitola maior do que a originalmente utilizada no Volkswagen.

Como é normal em iniciativas envolvendo carros antigos, muitos comentários demonstram preferência por uma restauração tradicional, mantendo as características de fábrica da Brasília.

Vários outros aprovam a ousadia e querem ver como ficará o veículo pronto.

Uma dúvida aparece em boa parte das interações: como o proprietário da Brasília HB20 fará para legalizar a invenção, se isso for possível.

Para rodar em vias públicas, veículos com especificações originais alteradas necessitam de autorização prévia do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) onde estão registrados, bem como de aprovação em vistoria feita por instituição técnica credenciada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

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