Quarto melhor chef do mundo, Alex Atala servirá prato de graça durante a Virada Cultural
Claudia Lima e Larissa Januário
Do UOL, em São Paulo
-
Larissa Januário
Galinhada do Dalva e Dito: 500 porções serão distribuídas gratuitamente na madrugada de sábado
Neste final de semana, 500 felizardos terão a oportunidade de provar, de graça, a comida tão falada de um dos melhores chefs do mundo. Alex Atala, o chef e proprietário do D.O.M. eleito essa semana o 4º melhor restaurante do mundo, é um dos nomes que vai levar sua comida para as ruas de São Paulo.
Durante a Virada Cultural, que acontece sábado (5) e domingo (6), o chef servirá a tradicional galinhada do Dalva e Dito, seu segundo restaurante especializado em comida brasileira. "Vamos oferecer 500 porções gratuitamente a partir da meia-noite de sábado", contou o chef.
A participação representa o apoio de Atala à movimentação a favor da comida de rua que tem se espalhado na cidade com iniciativas como O Mercado e agora com a Virada Gastronômica. O evento que acontece em paralelo à Virada Cultural no domingo (6), a partir da meia-noite e depois das 8h às 20h, onde 22 chefs renomados irão vender comida de rua no elevado Costa e Silva, conhecido como Minhocão.
"Esse tipo de inciativa favorece a cadeia gastronômica como um todo. É preciso lembrar que não existe alta nem baixa gastronomia. Toda comida que é bem feita deve ser reconhecida como tal", registra.
Para Atala, eventos como esse vão além da democratização da comida. "Estive em um jantar ao lado de outros chefs com o primeiro-ministro britânico David Cameron e é incrível ver como os outros países levam a sério a gastronomia", conta.
"Esse pessoal que está pilotando esta democratização da comida no Brasil não tem noção do tamanho e da importância desse movimento que iniciaram. Quando as pessoas reconhecem o valor de uma comida, automaticamente aceitam pagar por ela e valorizam toda a cadeia produtiva. Isso reflete inclusive no pequeno produtor", completa
Esta aliás, tem sido a principal briga de Atala. "Temos dois casos de sucesso já consolidados nesse sentido. O do arroz Ruzene, no Vale do Paraíba e o Tucupi, no Macapá". Nas duas situações, o chef trabalhou junto aos produtores para consolidar o fornecimento dos insumos e colocá-los no mercado.
"Precisamos entender que o consumo de certos produtos pode inclusive garantir a preservação de nossas florestas. E só acontecerá com a regulamentação da cadeia de consumo, desde a extração, que garantirá a sobrevivência de quem vive da floresta, até a conscientização do consumidor sobre o valor de tais produtos", explica.