Se estivesse viva a chef,  apresentadora de televisão e escritora Julia Child completaria 100 anos hoje . Com seu estilo descontraído, com cara da senhora vizinha da porta ao lado, Julia se tornou o maior ícone da cozinha na televisão americana ao apresentar todas as manhãs, "The French Chef". Muito antes de Martha Stewart e congêneres, foi ela quem desmistificou a cozinha francesa para o público americano.

Nos anos 40, Julia, até então uma simples dona de casa, se mudou para Paris ao lado do marido. Foi lá que se apaixonou pela gastronomia e fez de tudo para se tornar estudante da escola Le Cordon Bleu no século 20. "Foi uma quebra de paradigmas. Em uma época em que as esposas tinham que ficar em casa esperando o marido, Julia decidiu ter uma ocupação, que mais tarde virou carreira, que na época era algo absolutamente restrito aos homens. Ser cozinheiro, não era uma profissão para mulheres", explica Marie France Henry, proprietária do restaurante La Casserole, em São Paulo. 

De volta aos EUA, Julia lançou "Mastering The Art of French Cooking" ("Dominando a Arte da Culinária Francesa", em tradução livre do inglês), livro que traz clássicos da cozinha do país e até hoje é sucesso de vendas. "Ela foi uma das grandes responsáveis pela popularização não só de receitas tradicionais francesas na América, como também das técnicas elaboradas que são a base dessa cozinha", completa Marie. 

Julia Child se tornou ainda mais conhecida no mundo todo em 2009, quando a atriz Meryl Streep a no longa-metragem "Julie & Julia".

O filme ajudou não só a tornar ainda mais popular a figura de Child mundo afora como alastrou a febre de blogueiros de gastronomia – no filme, a personagem Julie Powell tinha como projeto preparar todas os pratos do livro de Julia durante 365 dias.

No Brasil, é possível encontrar apejas um título de Child traduzido para o português. "Minha Vida na França", de Alex Prud'Homme, que fala exatamente sobre sua vida na capital francesa.