Aprenda a comprar e harmonizar cachaças
A valorização dos produtos nacionais na gastronomia brasileira está chegando ao bar. Depois do boom dos vinhos, da cerveja e do café, finalmente chegou a hora de a cachaça mostrar que não é aguardente para alimentar os fracos de espírito e sim bebida de alto valor gastronômico, que pode tranquilamente acompanhar todas as etapas de uma refeição – da entrada ao cafezinho.
Prova disso é o curso "Cachaças e Madeiras: inovação e oportunidades", que o Senac Campos de Jordão está lançando em parceria com o IBRAC (Instituto Brasileiro da Cachaça). Ministrado pelo especialista Jairo Martins, o programa promete uma especialização para todos os interessados no assunto.
Com apenas quatro dias de duração, a programação é intensa e permite ao aluno reconhecer diferentes madeiras utilizadas no processo de armazenamento e envelhecimento dessa bebida. “A ideia é acabar com o preconceito em relação à cachaça”, diz Jairo.
O fato, segundo ele, tem origem histórica. “Os senhores de escravos tomavam uísque, cachaça era coisa da ralé”, afirma. Até hoje, chama a sua atenção a bebida chegar à mesa de um restaurante ou ao balcão do bar já no copo. “Diferente do uísque, que vem na garrafa e é servido na frente do cliente.” E provoca: “Todo país tem orgulho de seu destilado, por que não temos do nosso?”
Como escolher
Segundo um levantamento feito por Jairo, existem cerca de 30 madeiras brasileiras que podem dar à bebida notas e nuances que nenhum outro destilado do mundo possui. “Eles só usam carvalho americano e francês, nós temos uma riqueza imensa para explorar.” Exemplo disso são as cachaças de amburana e amarelo-cetim apresentadas na prévia do curso nesta quarta-feira (23), em Campos de Jordão. Com aromas e sabores completamente distintos, deixam nítidas a diversidade do produto e suas possibilidades.
Para o UOL Comidas e Bebidas, Jairo deu uma palhinha de como identificar uma boa cachaça na prateleira do supermercado e as noções básicas de harmonização.
Como comprar:
- Verifique se o líquido de dentro da garrafa é cristalino e não contém resíduos.
- Vire a garrafa de cabeça para baixo e note se a bebida deixou resíduos no fundo. Em caso positivo, não compre.
- Veja se o rótulo está bem colado, garantia de que a cachaça não foi produzida em um fundo de quintal qualquer.
- Sacuda a garrafa. O líquido vai formar borbulhas que devem, em instantes, desaparecer. Caso demorem a se dissolver, procure outra cachaça.
- Certifique-se de que a bebida está registrada no Ministério da Agricultura. Se estiver, vai ter um selo com um “registro MAPA” no vasilhame.
Harmonização básica:
- Frutos do mar, aperitivos, carnes brancas e peixes vão bem com uma cachaça nova geladinha.
- Carnes vermelhas e pratos mais pesados combinam com cachaças envelhecidas durante um ano.
- Feijoadas vão bem com uma cachaça envelhecida durante dois anos em carvalho.
- Para acompanhar, café, chá, charutos, opte por uma cachaça com dois anos de envelhecimento.
- Cachaças armazenadas por seis meses na amburana são ideais para acompanhar sobremesas.
- E atenção: caipirinha não combina com madeira. Para preparar o drinque, prefira as cachaças brancas.
SERVIÇO
Curso: Cachaças e Madeiras: inovação e oportunidades
De 26/08 a 29/08, 9h às 18h
Senac Campos do Jordão - Av. Frei Orestes Girardi, 3.549, Abernéssia, Campos do Jordão, SP
Tel. (11) 3668-3001
Inscrição: R$ 1.250,00 (esse valor pode ser dividido em até três vezes)
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