Vinho orgânico e produção de ex-república soviética são tendência para 2020
Prepare suas taças: elas estarão cheias de novidades para quem adora um bom vinho. Produções de regiões menos tradicionais e exemplares veganos e orgânicos elogiados estão entre as promessas de sucesso em 2020.
Segundo Alykhan Karim, CEO do site de curadoria de vinhos Sonoma, as novas tarifas na importação de produtos europeus aos EUA, o desaceleramento da economia chinesa (o mercado mais importante de Ásia na compra de grandes vinhos) e o aquecimento global (que interfere nas safras) são fatores de 2019 que farão diferença no ano que vem.
Porém, nem tudo é má notícia para os enólogos e entusiastas da bebida: outros países estão se mostrando bem promissores - como a Dinamarca, com 40 novas vinícolas abertas nos últimos dois anos.
Bolhas na terra da Rainha
Produzidos principalmente em South Downs, Kent e Sussex, os espumantes ingleses são considerados excelentes por grandes críticos e estão no radar dos apaixonados pelas borbulhas em 2020. Os solos do sul da Inglaterra, à base de cascalho e calcário kimmeridgiano, são bem parecidos aos de Champagne e Chablis; e a qualidade da Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier é alta, afirma Alykhan
Berço do vinho
Geórgia, o 1˚ país a produzir vinho há cerca de oito mil anos atrás, está na moda. A capital Tbilisi é um lugar jovem e hype, mas para quem está atrás de boas produções locais, vale a pena visitar Kakheti, onde é cultivado uma boa parte das 400 variedades uvas nativas do país.
Entre os mais famosos estão os brancos aromáticos mascerados, que passam por um longo período com a própria casca para oferecer mais corpo e a cor laranja. Depois são estagiados nos famosos Qvevri - ânforas de terracota e argila. Hoje a Geórgia é o maior e melhor produtor do vinho laranja - que tem encantado o público brasileiro nas feiras de vinho dos últimos anos.
Orgânicos, biodinâmicos e natural
Para quem tem dúvida, vinho orgânico é o que possui as uvas plantada sem pesticidas. O biodinâmico é orgânico com ciclos da lua e composteiras criativas. Já o natural é produzido com a forma original de se produzir vinho: sem conservantes, sulfito e intervenção na vinificação.
Hoje 25% dos vinhedos do mundo empregam viticultura orgânica ou biodinâmica; enquanto os naturais só crescem, cada ano mais. Até grandes casas de regiões tradicionalíssimas como Bordeaux e Castilla y León oferecem um ou dois rótulos naturais em seus portfólios.
Em São Paulo, a Feira Naturebas comemorou seu 4˚ ano com quase 200 produtores e importadoras e com público de mais de 3 mil pessoas.
Veganos
Os vinhos veganos serão outra tendência importante em 2020, mas você deve estar se perguntando: vinho leva produto animal?
Alykhan esclarece: os subprodutos animais derivados de leite, ovos, peixe e gelatina são frequentemente usados em uma parte da vinificação para refinar e clarificar o vinho antes do engarrafamento. Já os veganos passam por esse processo com bentonita (um tipo de argila) em vez de ovos, ou simplesmente não são refinados ou filtrados.
Os países para ficar de olho nas produções vegan são Austrália, Califórnia, Nova Zelândia e Portugal.
Uruguai em expansão
Queridos dos brasileiros, os vinhos do vizinho estão cada vez melhores, segundo Alykhan. Esqueça os Tannats selvagens e sem refinamento e conheça o que fazem a Viña Eden e Finca Narbona.
Está atrás de uma viagem regada a ótimas produções da Rota 12? Alykhan indica a Viña Eden, em Maldonado, que se destaca pela arquitetura moderna e cozinha renomada e Altos de la Ballena, que produz um Cabernet Franc notável.
China consumidora e produtora
O empresário e sommelier crava que, em até 10 anos, a China será o maior consumidor e produtor de vinhos no mundo.
Hoje a Long Dai, há 20 anos propriedade chinês da DBR (Domaine Baron de Rothschilds, Lafite) é considerada a melhor vinícola da Ásia. Penglai, na província de Shengda, já é considerada o Napa Valley da China e Ningxia, no interior, é cada vez mais prestigiada pelos críticos internacionais.
Com um mercado sedento, a maioria destes vinhos deve ser oferecida localmente. "Quem sabe um importador do Brasil se arrisque para trazer alguns exemplares para experimentarmos. Eu certamente comprarei uma ou duas garrafas", diz Alykhan
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.