Fizeram História

5 mulheres negras que foram fundamentais para o fim da escravidão

Por Camilla Freitas

Para muitas pessoas, Princesa Isabel, a filha mais velha do imperador Pedro II, foi a única responsável pelo fim da escravidão no Brasil por ter aprovado, em 13 de maio de 1888, a lei Áurea. Contudo, a história da abolição no país é muito mais complexa e envolve até agentes internacionais.


Em território nacional, negras e negros já lutavam por sua libertação e fim total da escravidão. E para contar um pouco de suas histórias, Ecoa selecionou cinco mulheres que foram muito importantes nessa luta.

iStockphotos

Boa parte da sociedade tem no imaginário a ideia de uma princesa branca muito bondosa que concedeu a liberdade para pessoas escravizadas -- quando, na verdade, a luta pela liberdade sempre existiu.

Tay Cabral,
Ilustradora de personalidades negras
Getty Images/Spiderstock

Dandara dos Palmares

As documentações sobre Dandara são muito raras. A guerreira quilombola é conhecida muitas vezes como esposa de Zumbi, com quem teve três filhos. Mas ela foi muito mais que isso. Dandara teve papel importante no Quilombo de Palmares, onde chegou a organizar lutas contra os escravistas.
Jarid Arraes/Divulgação

Maria Felipa de Oliveira

Pescadora da Ilha de Itaparica, na Bahia, Maria Felipa liderou um levante de 40 mulheres para impedir as invasões portuguesas na região. Além disso, é conhecida como heroína da Independência da Bahia, comemorada em 2 de julho de 1823.

*Não foram encontradas imagens de Maria Felipa de Oliveira para uso na reportagem.

iStockphotos

Muitas vezes a gente vê a mesma ilustração sendo atrelada a diversos nomes. Quando você procura no Google Dandara, Tereza de Benguela ou Maria Firmina, não existe uma representação exata de como era o rosto dessas mulheres. Mas, por outro lado, vemos algumas tentativas de representação, o que também é importante.

Tay Cabral,
Ilustradora de personalidades negras
Getty Images/Spiderstock

Tereza de Benguela

Mais uma personalidade com poucos registros históricos, sabe-se que Tereza de Benguela comandou o Quilombo Quariterê, localizado em Vila Bela da Santíssima Trindade, em Mato Grosso. O Quilombo tinha um sistema político tão organizado que ela passou a ser conhecida na história como "Rainha Negra".
Reprodução

Adelina, Charuteira

Escravizada pelo próprio pai, Adelina vendia os charutos que ele produzia por São Luís (MA) -- daí seu codinome, já que seu sobrenome não é conhecido. Ela atuava como uma espécie de espiã dentro da associação Clube dos Mortos, que escondia escravizados e promovia sua fuga. Para eles, Adelina levava informações que conseguia pelas ruas sobre ações policiais e estratégias dos escravistas.

*Não foram encontradas imagens de Maria Felipa de Oliveira para uso na reportagem.

iStockphotos

Maria Firmina dos Reis

Maranhense, Maria Firmina formou-se professora primária e publicou, em 1859, o que é considerado o primeiro romance abolicionista do Brasil, "Úrsula". Esse foi, além disso, o primeiro romance publicado por uma mulher e por uma mulher negra no Brasil.
Câmara dos Deputados/Reprodução

Os poucos nomes que a gente conhece, e principalmente de mulheres negras, são desprendidas de imagens, o que deixa a cargo da nossa imaginação a criação de rostos para essas pessoas. Para mim, esse processo de tentar projetar esses rostos é muito importante porque é uma forma de humanizá-las. Quando a gente as humaniza isso faz com que a gente se veja nessas histórias também.

Tay Cabral,
Ilustradora de personalidades negras
Getty Images/Spiderstock
Publicado em 13 de Maio de 2022.
Reportagem: Camilla Freitas

Edição: Ana Prado

Veja Também