Como Fazer

Guia prático para ser ativista

Bons propósitos devem ser acompanhados por estratégia para que o movimento fique conhecido, cause impacto na arena política e social e mantenha a segurança de seus integrantes. Por isso, fizemos este pequeno manual com algumas dicas para quem quer entrar na batalha por um mundo melhor
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Siga princípios claros

Estabelecer práticas comuns ao grupo, como a não-violência ou a organização horizontal, ajudam a dar coesão e a manter uma imagem pública e um protagonismo coletivo. Regras claras também facilitam o convívio das diversidades de pontos de vistas dentro do grupo
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Trace uma estratégia

Uma manifestação de rua tem grande visibilidade, mas, se for um ato isolado sem um plano de luta, pode não causar os efeitos desejados. A estratégia é essencial para que a causa ganhe abrangência e durabilidade. O encadeamento de ações é a base para atingir objetivos de curto, médio e longo prazo
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Analise o cenário

Existem ferramentas (com nomes bem curiosos) que ajudam na definição de objetivos e métodos. Por exemplo, a análise Pastel (sigla para política, ambiental, social, tecnológica e legal) e a análise Fofa (forças, oportunidades, fraquezas e ameaças).

Escolha as táticas

Pode haver uma combinação de ações mais brandas, como um flash mob, e mais incisivas, como uma greve; assim como a mistura de mobilizações presenciais e virtuais
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Seja criativo

É preciso de criatividade - seja para ganhar simpatizantes, para desarmar críticos ou para sair dos estereótipos. A criatividade também deve estar na tática, para driblar a ação de inimigos e a repressão policial
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Use o "arteativismo"

Um protesto pode ter dança sincronizada, um cântico pode ser pura poesia e uma faixa pode ter sua mensagem ampliada por um bom design. O importante é usar a arte a favor da ideia, para mostrar que os bons propósitos são também inteligentes e inspiradores.
David Gray/Reuters

Vá para rua

A ação direta é o mais efetivo meio para um movimento ganhar projeção e impacto. A população se manifestando na rua faz parte de um Estado democrático. Movimentos somente digitais tendem a ser menos amplos, duradouros e efetivos
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Lembre da logística

Em um protesto, não esqueça do celular, do documento e de contatos de outros ativistas, advogados e profissionais de mídia. Leve duas cópias da identidade e da lista de telefones e guarde em lugares diferentes. Ande em grupo e informe seus contatos do local e horário da manifestação
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Filmar é um direito

Policiais não podem impedir vídeos e fotos, nem apreender seu celular, nem apagar uma imagem. A única exceção é se a área estiver isolada e sinalizada porque houve crime ou existe risco de segurança. Uma dica é falar que está fazendo uma transmissão ao vivo - costuma inibir a repressão
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Cuidado com o desacato

Ofender um policial é desacato. Não é desacato se negar a parar de filmar, se recusar a apagar uma imagem ou resistir a ter o celular apreendido. Procure não confrontar o policial e informe que sabe a lei. Se houver intenção de te leva para a delegacia, não crie provas contra si: você tem o direito de permanecer em silêncio
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Proteja-se online

O monitoramento e os ataques pela internet são cada vez mais frequentes. Sua última forma são os zoombombings, invasões de reuniões online com ofensas ou vídeos pornôs. Adote procedimentos de segurança digital como senhas longas e difíceis e use ferramentas antivigilância
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Articulação é o caminho

Formar redes com outras organizações é importante para manter um movimento. Além do apoio logístico e o incentivo psicológico, essa união ajuda a conseguir financiamento por parte de institutos e fundações para multiplicar o impacto de sua luta
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Para saber mais

O coletivo independente Escola de Ativismo mantém um site com vários textos que ajudam grupos a aprender técnicas não-violentas, criativas e seguras de fazer campanhas, mobilizações e comunicações
Publicado em 16 de dezembro de 2020.
Reportagem: Rodrigo Bertolotto
Edição: Fred Di Giacomo

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