Dicas para ter um bairro mais verde

Em vez de grama, plante árvores que ajudem umas as outras. Exemplo: plantar uma espécie de maior porte para fazer sombra e ajudar no desenvolvimento de uma menorzinha. Assim elas equilibram a umidade no solo e ajudam a resfriar a casa. Outra opção é fazer um jardim vertical para complementar o verde.

É possível receber mudas ou pedir o plantio de uma árvore em calçadas, parques e áreas comuns nas grandes cidades. Municípios como São Paulo e Rio de Janeiro mantêm viveiros com espécies e incentivam a arborização pelos moradores. É só ligar para a prefeitura e se informar. O telefone é 156.

As prefeituras costumam oferecer mudas ou sementes, mas o plantio de árvores já maiores é feito pelo governo em áreas públicas. Há secretarias e órgãos responsáveis para isso. A justificativa é controlar as espécies mais adequadas para a cidade e evitar que raízes danifiquem calçadas ou sucubam com as condições urbanísticas. Em lugares privados, é possível plantar sem enfrentar o processo.

É possível se unir a vizinhos para criar uma horta comunitária. A dica é escolher um espaço plano, ensolarado e sem tanta circulação de pessoas. Hortas comunitárias são espaços para socializar, tornar o bairro mais verde e melhorar a alimentação. Mas é preciso organização e colaboração. Uma dica é deixar cada vizinho responsável por um canto da horta e/ou por determinadas espécies.

Outro caminho é eleger um líder para a horta comunitária. Terrenos que pertencem a companhias de energia elétrica, água e a própria prefeitura podem ser cedidos para a iniciativa. Há empresas públicas e privadas com programas de incentivo às hortas comunitárias. A escala das hortas pode crescer e até mesmo virar uma pequena fonte de renda para manter o próprio espaço.

Para Rafael Loschiavo, mestre em sustentabilidade e arquiteto à frente do escritório Ecoeficientes, um bairro verde precisa de prédios mais baixos, que deem espaço para a luz solar atingir à vegetação. As árvores também impedem as sufocantes ilhas de calor e refrescam o ambiente.

Nem sempre escolhemos onde moramos. Mas arquitetos têm dicas de como promover mudanças. Uma é aplicar o conceito do ?corredor verde?. Ou seja: compreender que há animais que circulam e se beneficiam de áreas verdes, inclusive a noite. Investir em uma planta frutífera pode atraí-los. Tentar conectar áreas verdes divididas pelas casas, guiando a direção do plantio, também formam corredores por onde as espécies podem circular e trazer um ambiente mais equilibrado e saudável.

Se preocupar com o lixo também é manter um bairro mais verde. A coleta seletiva ajuda a diminuir os resíduos sólidos e garante um clima sustentável para seu bairro. Em cidades como São Paulo há pontos de coleta voluntário, onde cada morador pode descartar o lixo nos chamados Pontos de Entrega Voluntários (PEVs). Mais uma vez, a união ajuda: é possível pedir informações sobre a coleta no telefone 156. No mesmo número é possível cadastrar a rua no sistema de coleta seletiva, geralmente feito por empresas privadas especializadas em parceria com as prefeituras.

A compostagem transforma o resíduo orgânico em adubo natural. É um método eficaz para manter a saúde de jardins, hortas e até mesmo árvores sem precisar de produtos químicos. A dica é ter uma composteira ou um recipiente para ficar ao ar livre ou em local arejado. O recipiente vai receber o lixo orgânico, a terra, a minhoca, folhas secas e borra de café para se extrair o húmus, material usado para nutrir a vegetação.

No macro e no micro, é possível criar um complexo de ações para criar um bairro mais verde, mesmo que dentro das grandes cidades. A responsabilidade é dos governantes brasileiros, mas podemos incorporar ao dia a dia práticas de cuidado com o nosso entorno. É bom para o presente e para o futuro.