Países com a melhor resposta à pandemia do novo coronavírus são liderados por mulheres. Ecoa conta histórias de cada uma delas e por que fizeram a diferença.
Matthew Abbott/The New York Times
A Nova Zelândia não quer apenas evitar transmissões de Covid-19 e sim eliminar o vírus por completo. À frente da missão, está a primeira-ministra, Jacinda Ardern, uma das mais jovens e carismáticas líderes mundiais.
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Nas últimas semanas, o mundo mudou e está mudando muito rapidamente. Na Nova Zelândia, estamos agindo para lutar duro e o quanto antes.
Jacinda Ardern, à TV da Nova Zelândia
O país é composto por ilhas no sul do Pacífico, com 5 milhões de habitantes. É famoso pelo passarinho kiwi, cenários de "O Senhor dos Anéis", bungee jump. Foi o primeiro a dar direito de voto às mulheres, em 1893.
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Jacinda Ardern virou primeira-ministra aos 37 anos, em 2017, pelo Partido Trabalhista. Na crise da Covid-19, lidera uma campanha de comunicação impecável. E tem as mais rígidas medidas de proteção de fronteiras do mundo.
Matthew Abbott/The New York Times
O país proibiu entrada de viajantes da China e baniu cruzeiros logo em fevereiro. Hoje, só entram seus cidadãos, com algumas exceções. E todos são obrigados a se isolar por 14 dias, em espaços estabelecidos pelo governo.
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Ardern é certamente um dos líderes desta crise, se não a maior [líder]. Seu jeito é calmo, autoritário e amigável. Foca tanto no humano quanto nas consequências econômicas.
Alastair Campbell, diretor de comunicação e estratégia de Tony Blair entre 1997 e 2003
A primeira-ministra também anunciou corte de 20% em seu salário e de seus ministros pelos próximos seis meses. Ao fim da semana passada, a ilha tinha 1.114 casos e 17 mortos.
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Em 2017, Ardern chegou ao cargo com uma campanha alavancada pelos jovens. Prometeu trazer "a gentileza de volta" ao governo. Apoia uma agenda de bem-estar social, defende casamento gay e legalização do aborto.
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Ardern cresceu numa família mórmon e abandonou a religião aos 20 anos. Ativa em campanhas escolares, como pelo uso de calças pelas estudantes, passou a voluntariar no Partido Trabalhista aos 17 anos.
Arquivo pessoal
Formada em comunicação, trabalhou como pesquisadora no gabinete da primeira-ministra Helen Clark. No Reino Unido, foi assessora do primeiro-ministro Tony Blair. Em 2008, foi eleita para o Parlamento da Nova Zelândia.
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Ardern virou exemplo para mães trabalhadoras: teve sua primeira filha em 2018, em menos de um ano no cargo. É a 2a líder mundial na história moderna a dar à luz durante o mandato. Em 1990, Benazir Bhutto (1953-2007), do Paquistão, escondeu a gravidez e voltou ao trabalho depois do parto.
Reprodução/Instagram/jacindaadern
Eu absolutamente acredito em 26 semanas. Mas preciso reconhecer que meu cargo é muito privilegiado e pessoalmente não senti que seria correto ficar mais tempo longe do que fiquei.
Jacinda Ardern, justifica retorno após 6 semanas, mesmo com licença-maternidade maior
O parceiro de Ardern, Clarke Gayford, fica em casa para cuidar da filha. "Ele não é babá", defendeu. Os dois se conheceram quando ele, então apresentador de TV, mandou uma carta para ela sobre uma lei em trâmite no Parlamento.
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Ativa nas redes sociais, Ardern tem quase 1 milhão de seguidores no Instagram. Já tocou num festival de música como DJ, mas perdeu os shows de Ed Sheeran no país. O músico foi visitá-la para tomar chá.
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Já em 2019, Ardern mostrou a líderes mundiais como administrar uma crise. Após atentados contra a comunidade muçulmana deixarem 51 mortos, o país proibiu a maioria das armas semiautomáticas.
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Na crise da Covid-19, ela sabe manter a leveza. Na Páscoa, disse que os coelhinhos eram trabalhadores essenciais. Mas alertou as crianças que talvez eles não pudessem deixar suas famílias neste ano.
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Enquanto a Nova Zelândia segue com as fronteiras fechadas e com a população em casa, Ardern troca experiências com líderes do mundo. Na foto, conversa como Mette Frederikisen, primeira-ministra da Dinamarca.