Líderes contra Covid-19

Katrín Jakobsdóttir

Países com a melhor resposta à pandemia do novo coronavírus são liderados por mulheres. Ecoa conta histórias de cada uma delas e por que fizeram a diferença.
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Um dos maiores laboratórios vivos da pandemia de coronavírus tem sido a Islândia, liderada pela primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir. Focada em ciência e tecnologia, e não politicagem, ela se tornou exemplo.
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Além de terra de Björk, Sigur Rós e cinematográficos glaciares e vulcões, a Islândia tem o melhor índice de igualdade de gênero no mundo. Jakobsdóttir, no posto desde 2017, tem ajudado o país a manter o status.
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No combate ao coronavírus, a ilha de 364 mil habitantes não precisou fechar totalmente suas escolas, cafés ou fronteiras. Mas reuniões com mais de 20 pessoas são proibidas, e há multas de R$ 1.960 a R$ 9.800.
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A Islândia tem uma história de cultura socialmente liberal. Significa aceitar diferenças e minorias, mas, neste caso, significa também confiar, não forçar. Não temos tradição de militarismo. Pedimos cooperação

Katrín Jakobsdóttir,
ao jornal "Telegraph"
A estratégia "polêmica" é resultado de ação agressiva em testagem, tanto para doentes quanto assintomáticos. Mais de 12% da população foi testada, maior porcentagem do mundo, bem à frente da Coreia do Sul (1%). Até ontem (27), a ilha registrava 1.792 casos positivos e só 10 mortes.
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Ambientalista e pacifista, Jakobsdóttir vem de uma família de poetas, professores e políticos. Entre 2009 e 2013, foi ministra da Educação, Ciência e Cultura. Aos 44 anos, tem três filhos.
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Jakobsdóttir virou premiê ao formar uma coalização do seu Left-Green Movement com um partido conservador e outro de centro-direita. Sua bandeira era a volta do bem-estar social e zerar emissões de carbono na ilha até 2040.
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Antes de entrar para a política, viveu no mundo das letras. Sua tese de mestrado foi sobre o autor islandês Arnaldur Indriðason, popular pelas histórias de detetive. Ela também trabalhou em jornais e revistas.
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E ainda estrelou um videoclipe da banda de pop rock Bang Gang, a pedido de seus amigos. Ela parece fazendo um milkshake na cozinha e passa o resto da música fugindo de dois homens por ruas escuras
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Jakobsdóttir é a segunda primeira-ministra da Islândia. Em fevereiro, foi nomeada presidente do Conselho das Mulheres Líderes Mundiais, um grupo que reúne 77 mulheres que são ou foram chefes de estado.
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O convite veio graças às políticas de igualdade de gênero: em 2018, a Islândia se tornou o primeiro país do mundo a proibir por lei salários maiores para homens em funcões exercidas também por mulheres.
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Espero que um dia a gente chegue à igualdade de gênero. Sou muito ciente de que é algo profundamente enraizado. É uma luta contínua.

Katrín Jakobsdóttir,
à CNN em 2018
A Islândia foi o primeiro país a eleger uma primeira-ministra abertamente gay, Jóhanna Sigurðardóttir, em 2009.
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Já na luta contra a Covid-19, o país adotou até uma equipe de investigadores para rastrear contatos e impor a quarentena. O serviço de saúde testa quem tem sintoma, e uma firma privada coleta amostras aleatórias. O resultado é o estudo mais extenso do mundo sobre como o vírus se comporta numa população.
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A primeira-ministra já anunciou reabertura gradual da Islândia a partir de 4 de maio. Concentrações com mais de 50 pessoas continuarão proibidas. Museus reabrem, mas piscinas, bares e academias seguirão fechados. Os jogos de futebol, paixão da premiê, ficarão para depois.
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Publicado em 28 de abril de 2020.
Reportagem: Fernanda Ezabella
Edição: Fernanda Schimidt

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