Trabalho doméstico: dicas para uma contratação responsável

Mais de 5 milhões de pessoas atuam no trabalho doméstico no Brasil. Cerca de 90% são mulheres e mais de 65% são negras, segundo levantamento do Dieese. Pouco valorizado no Brasil, o trabalho doméstico só ganhou regulamentação própria em 2012 com a PEC das domésticas que resultou na Lei Complementar 150 de 2015.

Para ajudar empregadores e empregadoras a saber mais sobre os direitos de suas trabalhadoras domésticas, a ONG Themis e a Fenatrad criaram o Guia da Contratação Responsável. E Ecoa separou aqui algumas dicas aqui para você. Confira!

Trabalhadora doméstica ou trabalhadora em domicílio, sim. Empregada doméstica, não! Chame a pessoa que trabalha com limpeza na sua casa pelo nome correto. Nada daquele "mas você é como se fosse da família". Isso reforça um discurso errado de informalidade. Para desestigmatizar a profissão, esse é um primeiro passo.

Uma dica dada pelo guia é pensar quantas cestas básicas o salário que você paga para a pessoa que limpa sua casa pode comprar. Além disso, não atrase o pagamento e respeite o valor acordado.

Um trabalho de oito horas merece reposição de energia. Ofereça refeições adequadas para a trabalhadora que limpa sua casa, seja ela assalariada ou diarista. E não desconte o valor da comida do salário a ser pago.

Ouça a profissional contratada na hora de escolher os produtos de limpeza que ela vai usar na sua casa. A profissional precisa ter autonomia na hora de executar suas tarefas. Além disso, compre bons equipamentos de limpeza e deixe tudo disponível.

O que você acharia se seu chefe pedisse para que você trabalhasse no seu aniversário até tarde? Ou que trabalhasse no dia do aniversário da sua filha? E no Natal? E no Ano Novo? A pessoa que limpa sua casa pode querer passar esses dias em casa. Converse com ela! Mas não esqueça que feriado e descanso remunerado são direitos!