Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Estátua Marielle Franco: Preservar memória é lutar por justiça e reparação
Dos muitos fatos e eventos que marcaram o ano de 2020, uma imagem vai ficar na cabeça: a queda de estátuas de antigos colonizadores, escravocratas e assassinos. Dentro da estória que vem há séculos sendo contada sobre a história, erguer monumentos de assassinos e genocidas do povo preto é a materialização das estacas de uma sociedade estruturada a partir e no racismo.
Mas como já ouvimos em outros carnavais - ou melhor, quando tinha carnaval - chegou a hora de contar a história que a história não conta. Chegou a vez de erguer homenagens a quem realmente precisa ser celebrado: quem resistiu e perdeu sua vida lutando pelos direitos e a vida de todas as pessoas.
Neste domingo foi mais um dia 14 e daqui a um mês se completam 3 anos sem Marielle e Anderson. Ao longo de todo esse tempo, só tivemos uma certeza: preservar a memória de Marielle, de suas lutas e sua trajetória, assim como de mulheres e pessoas negras, é condição básica para conseguirmos continuar lutando por justiça e garantir que as futuras gerações a
conheçam e sigam esse legado adiante. Homenagear as/os que vieram antes e as/os que se foram precocemente por uma necropolítica do Estado, é mais do que reconstruir a história do país - o que já é uma tarefa importantíssima - significa também lutar por justiça e por uma reparação histórica que atravessa e atravessará centenas de anos.
No entanto, eu repito: celebrem e homenageiem as mulheres e pessoas negras em vida. Não esperem até que um das nossas e dos nossos se vá. Por isso, no Instituto Marielle Franco, estamos sempre buscando regar e potencializar as sementes de Marielle. É por elas também que erguemos a Estátua Marielle Franco, pois a cada parte esculpida no mármore, é mais um recado sendo dado: não seremos interrompidas.
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