Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Queremos uma presidenta em 2022!
"Aprendemos a administrar a escassez e, como Cristo, temos multiplicado o pão em nossas mesas. Milagres que os nossos economistas não sabem realizar", escreveu Sueli Carneiro, no ano 2000, para o seminário "Por um tempo feminino". Com o Brasil de volta ao mapa da fome e governantes brincando de armar a população, precisamos que as mulheres assumam o comando do país.
Tem sido notícia durante a pandemia como países governados por mulheres se destacaram no enfrentamento ao coronavírus. Nova Zelândia, Alemanha, Taiwan, Islândia e Noruega. A notícia mais recente, do domingo 14 de fevereiro, é de que a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, decretou um lockdown de três dias em Auckland, maior cidade do país, depois do registro de três casos de covid-19.
Não é curioso que as mulheres fossem 70% dos profissionais de saúde do mundo e apenas 10, dos 153 chefes de Estado, em 2018?
Reproduzir estereótipos de gênero não é minha intenção, mas reconheço o fato de que temos sido educadas, ao longo da história, a cuidar. O que muitas vezes significa opressão para as mulheres, resulta em afeto, comida, casa limpa e roupa lavada. Sabemos cuidar. E enquanto rompemos com o machismo e o sexismo que nos oprimem, podemos colocar nossa experiência de cuidado a serviço da sociedade, inspirando homens ao cuidado também.
É evidente que não falo sobre eleger mulheres comprometidas com a reprodução do patriarcado! Mas sobre mulheres que trabalham coletivamente pela justiça racial e social, pela liberdade e os direitos de todas as pessoas.
Chega de tanto homem branco, apresentado pela direita e pela esquerda, como solução para o país. Queremos uma presidenta feminista antirracista em 2022.
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