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Débora Garofalo

O que esperar da educação pós pandemia

13/05/2020 04h00

Podemos esperar por muitas mudanças, dúvidas e a certeza que a educação não será a mesma após a pandemia. Neste período, temos identificado alguns caminhos que nos ajudarão a seguir no retorno presencial das aulas.

O cenário extremo de isolamento social trouxe a necessidade de reinventar possibilidades e solidificar a tecnologia aliada a criatividade, como uma propulsora para que a educação chegasse aos estudantes. E com aulas mediadas pelas tecnologias, abriu-se uma série de discussões acerca de aulas com interatividade, metodologias ativas e atrativas aos estudantes, já que a interação não é presencial e requer muita atratividade para envolver os mesmos.

Professores e estudantes têm aprendido, com mudanças, em que a lousa é a tela do computador, anotações se misturam em esferas impressas e digitais, as cadeiras da sala e aula e os estudantes não estão mais no mesmo espaço, tudo isso incorporando há ambientes únicos de aprendizagem digital. E a pandemia demonstra um lado preocupante, a desigualdade social, já que os estudantes principalmente das periferias, demonstram dificuldades de acompanhar as aulas em todo o país, um problema que deve ser muito discutido pelas políticas públicas.

E diante deste cenário, o que podemos esperar?

Melhora na relação entre a escola e a família

Muitos especialistas e profissionais da educação afirmam que a escola não será mais a mesma após a pandemia, principalmente no quesito de conceber aprendizagem.

As alterações se darão no acompanhamento das famílias, que neste momento estão mais próximas dos estudantes e das escolas, interagindo por grupos de WhatsApp e estabelecendo uma comunicação mais direta com a unidade escolar. Uma parceria que é necessário que permaneça e solidifique em prol dos estudantes.

Mudanças do Papel do Professor

Diante deste cenário, o professor teve de se reinventar de maneira muito rápida. Muitos se inspiraram em youtuber para conduzir as aulas e se aproximar dos estudantes e até aqueles que eram muito resistentes a interação com tecnologia tiveram de aprender para conduzir as aulas e apoiar os alunos diante deste novo cenário.

Uso das Tecnologias

A tendência é a tecnologia também está incorporada às rotinas escolares de diversas formas, como uma aliada ao processo cognitivo, sendo necessário trabalhá-la não como um fim, mas como um processo, que permite interatividade, dinamismo e novas maneiras de conceber a aprendizagem.

Os professores têm experimentado junto aos estudantes novas frentes, como ferramentas de colaboração e realizado experiências entre murais como o padlet e ainda promovendo encontros virtuais com estudantes e também com os familiares, usando o celular (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), mostra que 94% dos lares possuem smartphone) como principal ferramenta de comunicação e de apoio ao processo pedagógico.

Uso das aprendizagens ativas

As metodologias ativas também estão presentes nas aulas, sejam mesclando o aprendizado em online e offline, promovendo sala de aula invertida, com o envio de conteúdo antecipado para discussão nos ambientes virtuais de aprendizado e ainda aguçando os estudantes a resolverem problemas, praticar a empatia a colaboração e exercitar as competências socioemocionais, como autocuidado, autogestão e criatividade, algo que precisará ser intensificado com as voltas aulas presenciais.

No retorno também será essencial pensar no reforço escolar para equalizar a aprendizagem e garantir oportunidades iguais com qualidade e equidade aos estudantes e também um replanejamento para retomadas das aulas, permitindo o sequenciamento de propostas realizadas no isolamento social. As pessoas sempre serão o centro da aprendizagem, será essencial, ter o acolhimento e a educação pautada em princípios integrais para que possamos dar novos ares a educação.

Um abraço carinho e até a próxima semana!