A hora da criatividade e do pensamento crítico nas aulas
A criatividade e o pensamento crítico são habilidades socioemocionais híbridas e precisam ser exercitadas a todo o momento no processo de aprendizagem para o desenvolvimento integral dos estudante. Conhecer mais sobre elas é essencial para colocá-las em práticas no cotidiano escolar.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em suas 10 competências, descreve o objetivo de desenvolvimento e ao longo das competências enfatiza o trabalho com a criatividade e o pensamento crítico.
Recentemente a Fundação Getúlio Vargas, através do Centro de Excelência e Inovação em políticas Educacionais (CEIPE), lançou um artigo Criatividade na Educação, escrito pelo Rafael Parente, Diretor da BEI Educação (empresa de inovação e impacto) e ex-Secretário de Educação do Distrito Federal em que a Professora a Claudia Costin é Diretora Geral. O artigo está disponível aqui.
Habilidades socioemocionais híbridas
A criatividade e o pensamento críticos são competências socioemocionais híbridas, porque mesclam aspectos socioemocionais, como criticidade com o processo de criação que passa pelo indivíduo e pelo outro que trabalham a colaboração, a empatia, a abertura ao novo, ao autocuidado, autogestão, alternando com competências cognitivas.
Essas competências são híbridas porque permitem uma série de possibilidades na sala de aula, como estar aberto a vivenciar novas aprendizagens, ter curiosidade de aprender, ser resiliente para expor o pensamento crítico e também criar em buscar novas aprendizagens e novas experimentações, se permitindo sair da zona de conforto, mas resolvendo problemas ao exercitar o pensamento lógico, sendo assertivo e se permitindo errar.
Além disso, a criatividade e o pensamento crítico permite o desenvolvimento integral dos estudantes, que busca por informações, pesquisa e que prepara para situações conflituosas, como tomada de decisões através do exercício do pensamento crítico. A criatividade busca por soluções de problemas, através da mobilização da capacidade criativa individual e ou em grupo, sendo essencial para a vida em sociedade para futuramente para a vivência no grupo de trabalho.
A criatividade e o pensamento crítico são tão essenciais à formação integral dos estudantes que o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), irá incorporar itens de avaliação do pensamento criativo e crítico dos estudantes na avaliação em 2021.
Levando a criatividade e o pensamento crítico para as aulas
As 10 competências da Base Nacional Comum Curricular, trazem um retrato do estudante que queremos formar e trabalhar com essas habilidades são necessárias para estimular e desenvolver capacidades dos estudantes de imaginar e criar.
Neste sentido, temos alguns caminhos para trabalhar em sala de aula. Confira alguns deles abaixo:
Cultura Maker
A cultura maker, a todo o momento está trabalhando com o pensamento crítico e também com a criatividade, porque mobiliza nos estudantes diversos conhecimentos para construir os seus projetos que o processo tem uma importância muito maior do que o produto final.
O ensino de programação (desplugado e ou plugado), também é um importante aliado para o despertar da criatividade e do pensamento crítico ao propor desafios com narrativas digitais, jogos e ou programações para os protótipos e ainda o exercício do pensamento crítico ao exercitar o raciocínio lógico e pensar e refletir na resolução de problemas, colaborando para uma educação integral em que os estudantes participem ativamente do processo de construção da aprendizagem, mas que possam contribuir também para a vida em sociedade.
Outro aspecto é a questão é promover um espaço de aprendizagem que seja atrativo, acolhedor e que seja facilitador do processo de ensino de aprendizagem.
Um bom exemplo é o trabalho de robótica com sucata, que recebeu 13 prêmios e ficou reconhecido internacionalmente no Global Teacher Prize, o nobel da Educação, justamente por permitir o trabalho com a criatividade e o pensamento crítico ao trabalhar a partir de um problema real apresentando pelos estudantes "o lixo", transformando-o em objetivo de conhecimento, ao recolher materiais da rua, sensibilizar a comunidade sobre o descarte correto e construir protótipos com sucata ao aliar componentes eletrônicos a materiais recicláveis, construindo, criando e inovando. Conheça mais aqui.
O trabalho tornou-se uma política no Estado de São Paulo, sendo levado a 2,5 milhões de estudantes dos anos finais e médio em que recentemente foi dado mais um passo com a inauguração do primeiro Centro de Inovação da Educação Paulista, com o objetivo de fomentar a criatividade e inovação a todos estudantes e professores da Rede Estadual de Ensino de São Paulo.
O espaço foi planejado em uma escola ociosa, com o objetivo de não fechá-la, mas de transformá-la em uma referência a inovação, contando com 7 salas voltadas às metodologias ativas, cultura maker, cultura digital, estúdio, programação, programação desplugada, modelagem, prototipagem, fabricação digital e um hub de inovação que contará com mentorias a estudantes e professores em seus projetos e com apoio de startups para resolver problemas na Educação, sendo o primeiro de 15 centros que estarão espalhados em todo o Estado de São Paulo até o próximo ano. Iniciativa que pode servir de exemplo a todo o país por integrar escolas ociosas (por questões demográficas) em grandes referências a inovação, em um espaço que contempla estudantes e professores aprendendo juntos e potencializando ações que nascem na sala de aula.
Novos tempos, traz novas oportunidades a aprendizagem, permitindo que os estudantes vivenciem uma educação significativa, aprendendo com o outro, ouvindo, lendo, aguçando sua vontade de aprender e respeitar os diferentes estilos e ritmos de aprendizagens em uma educação que considera o pensamento criativo e o crítico.
Um abraço,
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