Só a vacina e o funk curam
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"Óbvio que a vacina brasileira teria uma música tema, e óbvio que seria um funk, não é mesmo?", disse a jornalista Gisele Martins, do Conjunto de Favelas da Maré, enquanto víamos felizes a imagem da enfermeira Mônica Calazans, primeira vacinada no Brasil contra a covid-19. Simplesmente não há como discordar da colega.
Nas últimas semanas, você deve ter ouvido, repetidamente, os versos "Vai com o bum bum tam tam / vem com o bum bum tam tam".
Foi por conta da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, com sede em São Paulo, através da tecnologia compartilhada pela farmacêutica chinesa SinoVac, que o hit tomou conta novamente da cabeça dos brasileiros. A composição da música é do paulista Leandro Aparecido, o MC Fióti.
Tal sucesso é tamanho que na primeira fase do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, a canção foi citada em uma questão na prova de linguagens, aplicada no último domingo (17).
Recentemente, Fióti gravou uma nova versão do clipe produzido em 2017, pela KondZilla, e que já ultrapassou a marca de 1,5 bilhão de visualizações. O local? O Instituto que justamente o recolocou na parada de sucessos. A letra sofreu alguns ajustes: "A vacina envolvente que mexe com a mente/ de quem tá presente. A vacina saliente/vai curar muita vida e salvar muita gente. Vem cá vacina, tam/ Vem cá vacina tam tam tam".
Ainda há muito chão para caminharmos, é claro. Pela frente, a aprovação de mais um pedido emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, para o uso de seis milhões de doses da CoronaVac; a chegada do Insumo Farmacêutico Ativo, o IFA, para que a produção seja feita diretamente em território brasileiro e a resolução do imbróglio que envolve a importação das vacinas de Oxford que estão na Índia (ufa!). Sem contar no plano exato de vacinação, explicando exatamente como a população deverá fazer para imunização.
Na falta de líderes capazes de conscientizar a nação para vacinar, e que criminosos, não desmereçam uma pandemia que já vitimou mais de 210 mil pessoas só aqui, tanto o funkeiro quanto sua batida - que tem trecho da "Partida em lá menor", composta por Sebastian Bach em 1723 - já fizeram muito pelo país.
E que venha a vacina produzida pela Fiocruz, em parceria com o laboratório AstraZeneca, e com ela, mais um funk. E para tão logo, uma grande comemoração, quando pudermos, para dançar sem parar que nem o dançarino Pablinho Fantástico e sua trupe.
Não viram ainda a malemolência dos meninos, que sagazes rabiscam com maestria o chão? Corre para as redes sociais. O problema vai ser eu conseguir descer tão rápido quanto eles.
Mas isso é tema de outro texto.
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