Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Tem gente com fome
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Não faz muito tempo, e eu trazia aqui em Ecoa o difícil panorama que enfrentaríamos relacionado à falta de uma política justa que visasse amparar mais de 67 milhões de brasileiros que estavam de mãos abanando com o fim - por hora - do Auxílio Emergencial. Pessoas que dependiam do benefício para pagar contas, em meio à estagnação da economia e do aumento do desemprego. E sobretudo: que precisavam colocar comida dentro de casa para vencer a fome.
Era a primeira quarta de 2021 e de lá pra cá, o coro só ganhou mais vozes neste espaço, chamando atenção para o assunto. Recentemente, a colega jornalista Mariana Belmont fez alerta em texto, evidenciando os impactos brutais do que é não ter nada para comer, além de apontar os criadores dessa dinâmica.
Voltemos a nós: a pandemia não só continuou nesse ano, como se faz pior, obrigando o governo federal a reorganizar suas estruturas e tecer um novo plano para abarcar o projeto que não deveria ter cessado. Com demora para se resolver de onde tiraria o dinheiro revertido ao benefício, e depois ter atrelado sua aprovação à PEC para um ajuste fiscal, o cenário é alarmante: só em abril o novo auxílio chegará nas mãos das famílias que precisam, já em valor que não dá conta de cumprir as urgências, como apontou Miriam Leitão em seu blog n'O Globo. Os parlamentares parecem não entender o que significa "emergencial".
Em ação conjunta com mais de 200 organizações e movimentos sociais, a Coalizão Negra por Direitos, juntamente com a Anistia Internacional, Oxfam Brasil, Redes da Maré, 342 Artes, ABCD - Ação Brasileira de Combate às Desigualdades e Nossas Rede de Ativismo, articulam uma aliança para mitigar a falta de comida na mesa de quem precisa.
É a campanha "Tem gente com fome", com objetivo de alcançar recursos suficientes para alimentar 222.895 mil famílias mapeadas em todas as regiões do Brasil.
Serão doações revertidas em alimentos, produtos de cuidados com saúde e higiene, no valor equivalente a R$ 200 mensais por família, num período de três meses, totalizando R$ 133.737.000.
Porque enquanto discute-se sobre o medo do mercado frente a possíveis fechamentos totais nas cidades e estados, há pessoas de barriga vazia. Em curva aguda do número de casos e mortes pela covid-19 no país, morre-se pelo vírus, mas também de fome. E como diria o poeta Caetano: "gente é pra brilhar", não pra morrer disso.
Você pode doar qualquer quantia a partir de R$ 10 aqui: www.temgentecomfome.com.br
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