Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
É impossível reconstruir o país sem mulheres ministras, como Anielle e Maga
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Há quase dois meses, logo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da república, fiz coro aqui em Ecoa sobre a presença de mulheres, pessoas negras, indígenas e LGBTQUIAP+ não só para a transição, mas sobretudo na formação do futuro governo. A tônica do texto era só uma: cobrar, já nas primeiras horas, o que se viu discutir ao longo de quase um ano inteiro de campanha, entendendo que não era "demanda", e, sim, o país.
Nesta quinta-feira (22), uma resposta maior foi dada não só a mim, mas a outros que porventura possam cobrar o compromisso e honra da consequente eleição. Numa plateia recheada de jornalistas e com um palco em que quase se amontoavam figuras da sociedade civil e da política, pôde-se ver o panorama que simbolizará as primeiras atividades do governo.
"Não é o Lula que está precisando de vocês. É o povo brasileiro", disse o presidente eleito aos pares, enfatizando que as maiorias minorizadas - ou seja, justamente quem contribuiu com o voto - são as pessoas para quem os trabalhos devem-se voltar.
As mulheres do ministério
Assim, o futuro presidente apresentou a tropa de choque com que pretende "refundar o país". Para o Ministério da Cultura, a cantora Margareth Menezes, figura relevante para além da Bahia, foi escolhida para ter a difícil tarefa de retomar a pasta que apequenou-se como secretaria durante o governo de Jair Messias Bolsonaro.
"Maga", como é conhecida no setor artístico, alça o novo trabalho pela experiência no selo Estrela do Mar Records e Associação Fábrica Cultural. Uma mulher preta, retinta e nordestina.
E que não estará só. Como parceira - mas no Ministério da Igualdade Racial - Anielle Franco, colunista em Ecoa e diretora do Instituto Marielle Franco, fará as honras de levar a luta negra pelos próximos quatro anos. Resistência que vem de berço e que ecoará as lutas e demandas da irmã, Marielle.
Defendendo o Ministério dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, autor do livro "Racismo estrutural" - um dos pensadores mais lidos e acalmados da atualidade, e que já tinha se apresentado como gestor quando foi presidente do Instituto Luiz Gama.
Já para o Ministério da Mulher, a escolhida foi Cida Gonçalves, que atuou como secretaria nacional do enfrentamento à violência contra mulher, período em que contribuiu para fundar a Central dos Movimentos Populares no Brasil. E na saúde, Nisia Trindade, presidenta da Fiocruz desde 2017 e socióloga.
Para cada um desses nomes e dos demais, um sentimento. Ao vê-los unidos para a foto no palco, emocionei. E não só pelo que representam, cada um a seu modo, 'a esfera dos trabalhos nas mais diferentes áreas'. Todos nomes chegam por serem referências para toda a sociedade. Preparados, estratégicos, de luta e com visão.
Que o brilho não se perca durante a jornada, já que essa se apresenta como a mais difícil de todas: construir um novo país.
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