Cultura digital que transforma: projeto oferece 30 bolsas de R$ 1.000
A cada dia mais, as universidades brasileiras têm se pautado pelo diálogo constante com o mundo externo, propiciando uma troca de saberes efetiva. Não é mais de cima pra baixo, e sim horizontal: todos que estão dentro ou fora das salas de aula são vistos como possibilidade na produção que gera renda e saber para quem está precisando.
Iniciativas pelo país comprovam isso, como a nova ação da Redes de Formação em Cultura Digital, o Labic Brasil, que vai selecionar 30 projetos no estado do Rio de Janeiro para participarem de encontros presenciais e remotos, imersões, oficinas e mentorias, desenvolvendo atividades em cultura digital. Além do Rio de Janeiro, o Distrito Federal já recebeu o projeto este ano e, até o final de 2024, haverá edições em outras regiões do Brasil.
Mais que tudo, o objetivo da formação é apoiar ações, redes, coletivos, projetos e pesquisas aplicadas em diversos eixos temáticos, entre eles, combate à desinformação, educação midiática, tecnologias para o bem comum e ações de mídia. Os participantes do projeto também vão receber, para além da formação, o valor de R$ 1.000 para participar do laboratório.
Para Rafael Ramires Baptista, coordenador de projetos da InfoCria, coletivo de Educação Tecnológica Popular que surge da necessidade de pessoas de comunidades periféricas participarem das discussões em torno das Tecnologias da Informação e Comunicação na região de Imbariê, bairro na Baixada Fluminense, destaca a importância da ação no território e do fortalecimento pelo projeto. ''A gente tem uma missão coletiva, que é contribuir para a autonomia tecnológica para além de Imbariê. Então a gente abriu o espaço para poder começar a atuar com outras comunidades, outros territórios. Isso levou a gente a criar algumas tecnologias que são úteis nessa perspectiva, como o mapa BXD, que é um repositório aberto de dados, em que a gente compila dados públicos sobre a Baixada,e também produz dados sobre a região''.
Segundo ele, o projeto embrionário nasceu com o intuito de ser uma "formiguinha", e hoje ganhou outra envergadura. "Muitas senhorinhas do bairro tinham dúvidas de tecnologia. Depois fomos na paróquia, em terreiro, em vários lugares, ensinando o básico de tecnologia, e deu certo. Isso também levou a gente a fazer alguns eventos e promover mais ações para nossa própria região", ressalta.
O Labic é uma ação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Ministério da Cultura (MinC) junto à Secretaria de Formação Cultural, Livro e Leitura (Sefli), o Laboratório de Inovação Cidadã (UFRJ) e a Mídia NINJA.
Para os coletivos que quiserem se inscrever no Labic Rio, o prazo é até o dia 23/9, pelo formulário. Basta clicar aqui.
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