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Mari Rodrigues

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Mês do Orgulho e o orgulho que temos

Manifestante segura a bandeira do Orgulho LGBTQIA+ durante protesto em Budapeste, na Hungria  - Bernadett Szabo/Reuters
Manifestante segura a bandeira do Orgulho LGBTQIA+ durante protesto em Budapeste, na Hungria Imagem: Bernadett Szabo/Reuters

18/06/2022 06h00

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Estive bastante ausente da coluna nas últimas semanas. E não é por acaso. Um turbilhão de acontecimentos passou pela minha vida e foi difícil passar por ele. Trabalho, estudos, saúde, vida, tudo isso trouxe enormes desafios e me bloqueou de conseguir escrever algo bom. Até porque as notícias boas estão escassas.

Tenho algumas pautas pendentes, que tentarei recuperar. Mas hoje quero falar do orgulho, já que estamos no mês do Orgulho LGBTQIA+, não é mesmo?

Esse tempo de reviravoltas me deixou com questionamentos. Qual o orgulho que queremos ter enquanto pessoas LGBTQIA+? Qual o orgulho que precisamos ter? Dá para se ter orgulho quando a situação está tão desfavorável para todo mundo, LGBTQIA+ ou não, que quase não resta mais nada do que se orgulhar?

Começarei com a última pergunta: a resposta é sim. Precisamos nos orgulhar de estarmos vivos para além das estatísticas e das opressões. Penso que o respeito hoje parece maior do que há, sei lá, vinte anos. Pessoas em sã consciência pensam duas vezes antes de soltar algum comentário ou piadinha homofóbica, e quem as solta não tem paz. Mas ainda há muito que se trabalhar para criarmos um ambiente de respeito.

Quanto às duas primeiras perguntas, não terei uma resposta conclusiva e definitiva, até porque esta não existe. Varia de pessoa para pessoa. Às vezes é ter um trabalho que a respeite, um estudo que considere as questões de saúde mental de quem a tem debilitada, ou mesmo poder sair com as amizades e não sofrer ataque de algum perturbado.

O meu orgulho hoje é de ser respeitada por onde passo, pois os meus méritos transcendem questão A ou B. E isso deveria acontecer com qualquer um. Porque o respeito não custa. E mesmo que tentem revogá-lo por decreto, ele ainda deverá existir.