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Mari Rodrigues

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sobre a 'solteirice': Como precisamos aprender a estar a sós e nos bastar

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Imagem: iStock

Colunista do UOL

24/09/2022 06h00

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Há um bom tempo não escrevo sobre o assunto dos relacionamentos. Talvez porque não esteja em um no momento ou porque o assunto não renda tanto aqui na coluna. Mas recentemente participei de uma discussão muito produtiva sobre a solteirice e queria trazer algumas reflexões para vocês.

Na ocasião, precisei entender se o fato de estar sem ninguém era bom ou ruim. As opiniões na discussão convergiram para uma só resposta: depende. Do quê? De como a pessoa está no momento, se ela tem estrutura para estar numa relação. E no material de inspiração, vi um vídeo sobre como é estar só e uma verdade veio à tona: nascemos sós e morreremos sós.

Então, não só precisamos aprender a estar sós, como precisamos aprender a nos bastar. Essa é uma arte muito sagaz e que nos ajuda a nos conhecermos melhor. Porque apenas nos bastando aprenderemos a conhecer o outro em sua plenitude.

Não falo de estar sozinha, e, sim, de gostar de nossa companhia. Tive muita dificuldade em conseguir reconhecer que eu mesma era uma boa companhia e que, sim, eu me bastava. Tanto que hoje é muito mais fácil me desvencilhar de relações que são disfuncionais, e muito mais fácil me afastar de pessoas que não adicionam, ou melhor, que não querem adicionar.

A sociedade é hostil em dizer que apenas na companhia de alguém poderemos ter nossa plenitude, mas a paz de espírito que procuramos precisa partir de nós, de nossa busca pelo autoconhecimento: não nos conhecemos, e nos é negado ter as condições propícias para isso. Tendo isto em mente, fica mais fácil montar um plano de ação para conseguir se bastar, e se bastando, fica mais fácil buscar relações mais saudáveis.