Como a escrita pode aflorar a nossa sensualidade?

Na semana passada, participei de uma oficina muito interessante sobre escrita erótica. Foi um momento de dar asas à imaginação e à sensualidade. E de dar aquela repassada nos processos criativos que envolvem a escrita.

Nos exercícios propostos, dava para se ver que virtualmente qualquer coisa pode despertar sensualidades, seja uma simples gota de água ou um morango. Basta voar.

Fico me perguntando como é o processo imaginativo das pessoas que têm a sensualidade mais aflorada, ou melhor, como certas coisas engatilham uma sensualidade nessas pessoas. Nós, que nos tornamos seres tão gráficos, ainda nos surpreendemos com palavras bem escritas e pronunciadas?

Recitar textos mais picantes pode causar estranheza e vergonha em certas pessoas, e é normal: condicionaram-nos a nos podar e nos a munir de sentimentos pudicos e caretas. Mas é um exercício de libertação, pois potencializa as capacidades de imaginação do ser humano, que não procura apenas as satisfações fisiológicas, e sim o autoconhecimento e a autovalorização.

Em tempos de trevas, conhecer-se, saber de seus limites, do que se gosta e do que não se gosta, e transmitir isso por meio dos textos é luz, que desperta conforto e traz alento aos nossos desejos sufocados.