Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Pessoas LGBTQIA+ precisam trabalhar e não apenas consumir
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O Brasil ainda tem muito a avançar quanto à aceitação de pessoas LGBTQIA+. E essa constatação empírica nossa ganha mais respaldo com estudos como o Oldiversity, cujo último levantamento, ao qual Ecoa teve acesso, trouxe dados importantes para pensar as políticas públicas de empregabilidade para a nossa população.
De acordo com o estudo, a percepção de 6 em cada 10 pessoas LGBTQIA+ é a de que ainda há preconceito das empresas em contratá-las, ainda que se tenha percebido uma melhoria das condições de tratamento no oferecimento de produtos e serviços. É curioso entender que a pessoa LGBTQIA+ ainda é vista por vários não como um sujeito de agregação de valor à empresa, mas como mera consumidora e fonte de lucros (lembremos que 7% do PIB vem do chamado "pink money").
Quebrar esse paradigma deve estar no radar da formulação de políticas públicas: se ainda há preconceito em ter pessoas LGBTQIA+ nos quadros de funcionários, e em especial na alta gestão, o trabalho de conscientização deve vir, seja por benefícios fiscais aos pequenos empreendedores (as grandes empresas já têm benefícios demais) ou alguma outra forma que mostre a essas pequenas empresas, maior parte das empregadoras do país, que é bom ter diversidade em seus quadros.
Ter pessoas LGBTQIA+ na alta gestão também não deveria ser um fato grave: há pessoas que se escondem em "armários" terríveis para não perder seu status na empresa, ou ter sua capacidade questionada. Esta também é uma linha de ataque das políticas públicas.
Levamos tanto tempo para sair de nossos "armários" e finalmente sair na rua "dando luz aos nossos sonhos", como diria a canção, mas tudo ainda parece querer nos enfiar nele de novo. Não podemos deixar que ninguém, muito menos o dinheiro que a gente precisa para aguentar essa sociedade doente, nos amarre e nos tire a nossa essência.
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