Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Famosos se assumindo LGBTQIA+ estão longe de serem caretas
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No momento em que escrevo esta coluna, acabo de ouvir a seguinte frase numa conversa na rua: "Hoje em dia, a maior caretice é ser gay". Isso depois de voltar de um evento em que dois amigos gays me falaram que, por estarem com adereços chamativos, receberam olhares hostis da vizinhança.
Nestas últimas semanas, alguns famosos assumiram relacionamentos homossexuais, que foram amplamente noticiados pelos sites de fofoca. Não vi as reações, mas o simples fato de tais relacionamentos serem notícia sem aquele alarde sensacionalista mostram uma pequena mudança de realidade.
Perdemos a vergonha de assumirmos nossos relacionamentos, que não estão mais na penumbra ou no "sigilo". Beijamos em público, publicamos fotos nas nossas redes sociais, não temos medo de mostrar nossa felicidade, ainda que ela "ofenda" a alguns, inclusive do meio LGBTQIA+. Afinal, quem não conhece aquela pessoa "discreta e fora do meio" que tem ojeriza a quem é mais "pintoso", porque "queima o filme"?
Pois o filme está queimado há muito tempo, queridinho! Não vou fazer juízo de valor sobre o fato de ter ouvido a fala lá acima de uma pessoa branca, aparentemente de classe média, que nunca recebeu um não na vida por essas características. Ainda há pessoas que não podem se dar a este luxo e precisam se trancar num "armário" para não sofrerem consequências ruins por causa de sua sexualidade.
Por isso, é importante que artistas, que têm uma situação mais confortável quanto a isso, assumam sua felicidade, pois assim tornam-se exemplo e mostram às pessoas que a homossexualidade não é uma degeneração. Muito pelo contrário, é uma característica que pode até ser "careta" para certas pessoas. Mas que, muito longe da caretice, deve ser encarada como algo normal e presente nas nossas vidas.
O olhar que esperamos é o de felicidade, e não o de reprovação.
*
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