Humanidades em polvorosa: urge uma greve na USP!
Há algum tempo venho falando da situação gravíssima pela qual o curso de letras da Universidade de São Paulo vem passando: a falta de professores é crônica e o clima é de insegurança perante os desmandos de uma reitoria pouco preocupada com as humanidades e com os desafios de internacionalização da universidade.
A auto-organização de estudantes parece ser uma constante na busca de uma mudança desse quadro absurdo: várias habilitações, das dezesseis oferecidas, têm formado comissões para fazer um diagnóstico mais preciso de suas situações. E tudo leva a crer que a solução não poderá ser interna.
Urge a necessidade de medidas mais drásticas e extremas para trazer a discussão à sociedade enganada pela agenda idiotizante da extrema-direita, que hoje governa o estado de São Paulo e já demonstrou inúmeras vezes sua falta de compromisso com a educação de qualidade e com a construção do conhecimento. Ao invés disso, ela prefere financiar imbecis que vão armados intimidar estudantes e falar asneiras sobre a universidade pública que tanto odeiam, porque não podem dobrá-la.
Os rumores sobre uma possível greve nas humanidades só refletem a indignação de estudantes com o descaso com que as demandas são tratadas. A política de asfixia das humanidades, e em especial de suas políticas linguísticas, mostra o medo do establishment em relação ao poder da linguagem. Discuti isso recentemente: saber falar uma língua é uma forma de empoderamento.
Portanto, urge a greve e a auto-organização de estudantes, professores e servidores administrativos para mudar a realidade de asfixia. A extrema-direita que hoje sente dominar o pensamento não o pode, porque o pensamento é muito maior que sua mesquinhez. Que vença a sensatez contra a idiotice!
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