Mariana Sgarioni

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Reportagem

Empresa que detecta incêndios ajuda a reduzir danos no Pantanal

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O Pantanal está ardendo. Uma área quatro vezes maior que a cidade de São Paulo já queimou na região somente neste ano. São mais de 9 mil focos de incêndio - quase sete vezes mais do que os registros no mesmo período do ano anterior. As últimas semanas registraram um recorde de queimadas e mostram que a situação está fora de controle. Mas tudo poderia ser ainda pior se não fosse a atuação de uma startup: a umgrauemeio.

Desde 2021, a empresa é responsável por um moderno sistema de detecção precoce de pontos de incêndio. Atualmente, operam em uma área de 11% do Pantanal. Até o momento, na área sob monitoramento, houve uma redução de 75% do número de incêndios em relação a 2020, quando o fogo também atingiu um patamar recorde na região.

Trata-se de um sistema de câmeras instalado em torres giratórias em diversos pontos do território. Estas câmeras detectam e alertam focos de incêndio em até 3 minutos. Antes os focos eram detectados apenas por satélite e demoravam até 3 dias para chegarem aos bombeiros e brigadistas.

A vigilância faz parte do software Pantera, uma solução completa de gestão de incêndio oferecida pela empresa. "Toda ação de incêndio depende de algumas etapas: prevenção, detecção do risco, resposta e análise do impacto. O Pantera emite mapas diários que apontam, por exemplo, quais os riscos de fogo para aquele dia e os próximos", explica Osmar Bambini, CIO e cofundador da umgrauemeio.

A Pantera cobre 18 milhões de hectares no Brasil, com 136 pontos de monitoramento. Segundo Bambini, 80% dos incêndios são causados por humanos - e de forma intencional. "Existe o fogo natural, claro, mas ele é ocasional. Costuma ser causado por raios e é bom para o equilíbrio natural da Terra, pois queima de forma controlada. É completamente diferente do que está acontecendo no Pantanal".

No bioma, a empresa integra desde 2022 a iniciativa Abrace o Pantanal, uma parceria do setor privado com organizações locais. A área total de cobertura do Pantera na região é de 2,5 milhões de hectares. O sistema de videomonitoramento opera 11 pontos de deteção automática por imagens. Cada uma pode detectar focos de fogo em um raio de 70 mil hectares. Além da redução de incêndios, estima-se que nos últimos 3 anos, houve a diminuição de 15 milhões toneladas de emissão de CO2 na atmosfera.

O fogo que agora queima no Pantanal, segundo Bambini, começou em novembro do ano passado e não parou mais. Pelo contrário, com a seca atual, se intensificou. O sistema do Pantera identificou nesta época uma nuvem gigante de fumaça, que anunciava que um incêndio fora de controle estava a caminho da Serra do Amolar, no Mato Grosso do Sul.

"Um incêndio se adequa ao cenário que encontra. Ele se transforma. Não entende fronteiras, vai se amoldando à realidade dependendo daquilo que está exposto: solo, calor, vento. Isso vai alterar o que ele queima e a velocidade com que isso acontece. Tudo depende também do bioma: no Pantanal não queima só a floresta e sim um bairro inteiro, uma cidade".

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A solução da umgrauemeio foi desenvolvida, em princípio, para apoiar os setores da agricultura, principalmente para atender canaviais que pegavam fogo com muita facilidade. Logo expandiu para outras áreas e hoje já opera em quase todo o país. Em março deste ano, a empresa recebeu um aporte de R$ 18,7 milhões e, com isso, pretende expandir o desenvolvimento de tecnologias inovadoras no combate às mudanças climáticas.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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