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Opinião

VP da Ambev quer escutar comunidades

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Quem pretende entrar de corpo e alma em ESG no Brasil precisa ouvir Carla Crippa, vice-presidente de Relações de Impacto e Relações Corporativas da Ambev e conselheira do Pacto Global da ONU. A executiva está à frente de um leque de projetos de grande repercussão socioambiental. Recentemente, um deles chamou a atenção de todo o país: em tempo recorde, a Ambev parou a produção de cerveja na fábrica da multinacional em Viamão (RS) para envasar água potável e doar para as pessoas atingidas pela tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul.

Atenta ao que acontece fora dos muros da empresa, no momento seu foco está na escuta das comunidades e no combate à pobreza. Leia a seguir alguns trechos da entrevista de Carla para Ecoa:

Ecoa: Como você imaginou a ação da Ambev no caso da tragédia do Rio Grande do Sul?

Carla Crippa: Acredito em formas de mobilização dentro dos negócios. Só assim é possível conseguir escalar e obter um impacto muito maior da própria solução que você pensou. Por exemplo: qual o valor da doação de um copo de água numa situação em que você tem uma população inteira sem água? Não existe um preço para isso. Se você consegue parar uma cervejaria imensa para produzir 100% de água, este valor se torna muito maior.

Ecoa: Você costuma falar sobre a necessidade das lideranças estarem presentes junto às comunidades para desenhar estratégias mais eficazes.

Carla Crippa: Quando a AMA nasceu (projeto de impacto social da Ambev que distribui água potável para a população sem acesso), a gente ia muito ao semiárido. Ao ampliar a escuta, soubemos de um problema gigantesco de acesso à água potável na Amazônia, lugar da maior bacia hidrográfica do mundo. Fomos entender melhor e não se trata de falta e sim de contaminação desta água. Outro exemplo: aqui do ar condicionado do meu escritório não aparecem dados no computador, porém, sabemos que existe, sim, água contaminada em comunidades no Rio e SP.

Ecoa: O que mais mobiliza suas ações no momento?

Carla Crippa: A questão social. Entre os marcadores sociais, a pobreza e a desigualdade são problemas gigantescos. Estamos com a grande ambição de incluir produtivamente 5 milhões de pessoas até 2032. Hoje temos mais de 200 mil pessoas nesta inclusão produtiva e ainda há muito a ser feito. Sabemos que não chegaremos lá sozinhos, mas estamos no caminho.

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Leia a íntegra aqui.

Gustavo Dieamant, diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário
Gustavo Dieamant, diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário Imagem: Divulgação

Envelhecimento traz perda de olfato, aponta estudo inédito do Boticário

O Centro de Pesquisa do Olfato do Grupo Boticário, hub multidisciplinar dedicado a pesquisar e difundir o conhecimento sobre o tema, divulgou um estudo recente que demonstra as mudanças significativas de percepção de olfato causadas pelo processo natural de envelhecimento - e como a perda deste sentido pode ser surpreendente para pessoas a partir dos 60 anos. A pele pode estar entre as causas destas alterações.

"Receptores olfativos encontrados no nariz também estão presentes nas células da pele humana. Uma molécula olfativa que chega na nossa pele é capaz de estimular diversas reações no organismo, até mesmo a produção de colágeno", afirma Gustavo Dieamant, diretor executivo de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário.

O estudo aponta que o mesmo cheiro que sentimos na infância não terá a mesma intensidade aos 70 anos de idade, por exemplo. Dieamant relaciona esta perda ao envelhecimento da nossa pele. "Crianças têm uma renovação celular muito rápida, que acontece em cerca de 20 dias. Aos 50 anos, essa renovação se dá a cada 40 dias. Cada vez mais, células mortas vão ficando na pele, produzindo um odor característico, fruto do apodrecimento celular. Isso muda a percepção olfativa do indivíduo e faz com que a intensidade dos perfumes diminua. Por isso é comum ele deixar de usar o perfume que tanto gostava, alegando que está mais fraco e a fórmula mudou".

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O Grupo Boticário passou a estudar mais a fundo a anosmia (diminuição ou perda absoluta do olfato) no pós-pandemia quando muitas pessoas passaram a relatar a doença como sequela da covid-19. "Ainda há poucos estudos sobre o assunto, por isso queremos compartilhar o conhecimento para que seja usado não apenas pela ciência como também pelos negócios. Boa parte da população pode ter algum nível de anosmia e não sabe", afirmou. Leia mais

Urna funerária sustentável "Navegar", produzida pela Mush a partir de cogumelos
Urna funerária sustentável "Navegar", produzida pela Mush a partir de cogumelos Imagem: Divulgação

Startup ganha prêmio com urna funerária sustentável feita de cogumelos

Quem sonha levar os conceitos de sustentabilidade até o último suspiro precisa conhecer a urna funerária "Navegar". Em formato de barquinho, ela é toda produzida a partir do micélio de cogumelos e, se jogada ao mar, pode se dissolver em poucos dias na água doce ou salgada, tornando-se um fertilizante natural. O objeto, assinado pelos designers curitibanos Mauricio Noronha e Rodrigo Brenner, do Furf Design Studio, ganhou neste ano o iF Design Award de 2024, considerado o "Oscar do Design" mundial.

O material é fabricado pela startup paranaense Mush, a primeira empresa da América Latina a utilizar o micélio do cogumelo, ou seja, o enraizamento do fungo, para fabricar cerca de 25 produtos, entre embalagens, materiais de construção civil e objetos de decoração.

Os micélios crescem e se multiplicam a partir de subprodutos agrícolas. São usados resíduos que seriam descartados na agroindústria, como cascas de sementes de grãos, pó de serragem e bagaço de cana. A partir daí, misturados, tornam-se uma espécie de cola natural que pode ser colocada em moldes, expandir e virar embalagens semelhantes ao isopor. As "mushpacks", como são conhecidas, são 100% biodegradáveis e, ao serem descartadas na terra, tornam-se adubo.

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"Para fabricar 1 kg de isopor são necessários 180 litros de água. Para 1 kg de mushpack, são 10 litros de água. A mesma quantidade de isopor emite 12,5 kg de CO2 na atmosfera. O mushpack é negativo em emissões, ou seja, ele consome 1 kg de CO2 em vez de emitir", explica Ubiratan Gomes de Carvalho Sá, CEO da Mush.

A fábrica com sede em Ponta Grossa (PR) produz hoje cerca de 1 tonelada de material por mês e tem capacidade de chegar a 2,5 toneladas. Leia mais

Dica de leitura

Impacto Positivo - Como as Empresas Corajosas Prosperam Dando Mais do que Tiram

Autores: Paul Polman e Andre Winston

O ex-CEO da Unilever Paul Polman defende, sem meias palavras, de que forma é lucrativo fazer negócios com o objetivo de tornar o mundo um lugar melhor. Junto com Winston, Polman mostra aos líderes que é mito buscar apenas lucros a qualquer custo. O livro ensina líderes a enfrentar os maiores desafios da humanidade - a mudança climática e a desigualdade social -, como adotar este modelo de negócios, e obter sucesso.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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