Mariana Sgarioni

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'Conectividade acelera a inclusão social', diz VP da Vivo

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Em um mundo cada vez mais digitalizado, só de pensar em ficar sem conexão, a vida parece parar. Renato Gasparetto, vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Vivo, vai além. Ele defende que a digitalização é principalmente uma ferramenta direta de inclusão social. "A falta de contato digital tem impacto na cidadania: a pessoa perde o acesso a bancos, a pagamentos, a comunicação, e até a mobilidade fica prejudicada", afirma.

O Brasil é hoje o segundo país mais conectado do mundo, com uma média de mais de 9 horas de navegação na Internet por dia. Porém, 17 milhões de brasileiros vivem em áreas que ainda não tem nenhuma cobertura. Segundo Gasparetto, foi a partir destes dados que, nos últimos anos, a Vivo voltou suas decisões de negócios para minimizar essas desigualdades no mundo digital.

A empresa é hoje uma gigante da conexão. Só no Brasil, a companhia conta com 113 milhões de acessos. No ano passado, investiu cerca de R$ 9 bilhões para ampliar a rede móvel e fixa por meio de fibra ótica, tecnologia moderna e eficiente que leva a conectividade de alta velocidade, chegando a 26,8 municípios brasileiros. No ano passado, a Fundação Telefônica Vivo investiu mais de R$ 57 milhões em projetos sociais, chegando a 3,6 milhões de pessoas.

Na entrevista a seguir, o executivo fala sobre a importância social e ambiental da maior empresa de telecomunicações do país e uma das mais sustentáveis do mundo. "Temos a obrigação de dar o exemplo, por isso mostramos a toda nossa cadeia de valor: sem sustentabilidade, não tem negócio".

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Ecoa: É indiscutível hoje o caráter essencial da conectividade. Como a Vivo enxerga sua importância neste contexto?

Renato Gasparetto: Nossa importância social é imensa e isso ficou explícito na pandemia: a conectividade foi o que fez a economia girar. Temos hoje 113 milhões de clientes e oferecemos um serviço que não para: o dispositivo móvel fica conectado o tempo todo. E ele é habilitador de todo um ecossistema digital que envolve desde mobilidade urbana até serviços financeiros. Então, entendemos que, além de fundamental, a conectividade é um acelerador de inclusão social. A falta de contato digital impacta a cidadania. No momento, estamos ajudando o governo a preparar um plano de visão estratégica de digitalização de longo prazo, chamado Plano Brasil Digital 2030+, que visa onde o país quer chegar na inclusão digital.

Ecoa: Podemos dizer que o Brasil é um país digitalizado?

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Renato Gasparetto: A gente vive um paradoxo digital no Brasil: de um lado, somos a quinta maior população online do mundo, com mais de 9 horas de navegação na Internet por dia, além de sermos o segundo país mais conectado do mundo. Tivemos, no ano passado, 42 bilhões de transações por Pix. Ou seja: a convivência digital no Brasil é muito ampla. Porém, temos desafios: somente 33% dos municípios brasileiros, por exemplo, tem prontuários eletrônicos de saúde; 80 mil escolas têm conexão insuficiente, sendo que 40 mil sequer estão conectadas à Internet. Então, o Brasil é muito digitalizado, sim. Mas temos gaps a serem superados.

Ecoa: A Vivo foi uma das primeiras empresas brasileiras a assumir compromissos de redução de emissão de gases de efeito estufa. Por que tudo isso começa na governança?

Renato Gasparetto: Dentro do ESG, pouco se fala do G. Porém, é a governança que faz com que a ação se sustente dentro de um planejamento estratégico - caso contrário, você terá apenas ações pontuais de curto prazo. Um dos pilares estratégicos da Vivo se chama Vivo Sustentável, que é um pilar justamente de governança sólida. Temos um comitê de sustentabilidade presidido pelo CEO da empresa com representantes das áreas de negócios. Ou seja: o ESG começa do topo, é uma peça só.

Ecoa: Como conseguir atingir as metas de redução de emissão em um setor tão pulverizado?

Renato Gasparetto: Desde o Acordo de Paris, em 2015, o Grupo Telefônica já assumiu metas de redução de emissão de gases de efeito estufa. O desafio é imenso porque temos todo um organismo que precisa crescer, seguir funcionando, porém reduzindo as emissões. Com uma rede gigantesca e pulverizada, não adianta reduzir apenas dentro dos muros da nossa casa. Temos hoje 1232 fornecedores, desde grandes fabricantes de dispositivos móveis até empresas pequenas que atuam em áreas de redes, instalações e manutenções. Fizemos um mapeamento e chegamos em 125 consideradas "carbono intensivas". Temos um trabalho especial com elas, que vai desde a sensibilização, até a contratação de uma consultoria para ajudar a fazer inventários, planos de ação e monitoramento com metas e medições.

Ecoa: Qual a meta da Vivo neste momento?

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Renato Gasparetto: Anunciamos publicamente, por meio de nosso CEO, que atingiremos o netzero em 2035. Isso vai exigir uma energia enorme, mas queremos dar o exemplo. Quem é líder tem esta obrigação.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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