Empresas unem forças para zerar greenwashing em mercado de carbono
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Como investir em créditos de carbono e projetos socioambientais sem correr o risco de cair no greenwashing? O Brasil ainda não conta com um sistema regulatório robusto e, por isso, o mercado está inseguro. As empresas de investimentos Pachamama e Greener decidiram juntar tecnologias e expertises para oferecer garantia de idoneidade com um sistema de blockchain especialmente pensado para impedir qualquer possibilidade de greenwashing.
O primeiro passo é a tokenização de ativos ambientais. Isso ocorre com o registro de toneladas de carbono de forma numerada e individualizada. Esse processo acontece em uma plataforma de gerenciamento de ativos digitais especializada em desenvolver soluções em blockchain. Quando uma empresa solicita a compra ou compensação desses ativos, é implementada uma segunda camada de segurança, chamada de "burn", ou queima, na rede blockchain. Essa é a chamada dupla tokenização. Ao adicionar uma camada adicional de segurança, a operação gera um certificado digital que carrega todas as informações desde o início do projeto, incluindo o comprador, auditorias, certificações, ano/safra, e os detalhes dos tokens adquiridos e removidos da rede.
"Isso torna impossível qualquer possibilidade de dupla venda. Estes ativos chegam ao mercado financeiro de capitais com número de série como se fosse um chassi de carro. E não há como existir números diferentes. Todo o sistema foi montado para tornar o greenwashing inviável: desde a metodologia exclusiva específica ao solo brasileiro criada pela Unesp até a validação pela KPMG", explica Claudio Olimpio, CEO e cofundador da Greener. Entre os clientes da empresa está a Fórmula 1, que adquiriu recentemente 50 mil toneladas de carbono.
Segundo João Marcello Gomes Pinto, sócio da Pachamama, junto com o ator Bruno Gagliasso e Rodrigo Rivelino, acredita que o mercado está num momento de separar o joio do trigo. "Precisamos conversar com a Faria Lima. As empresas já entenderam que devem investir em projetos socioambientais, mas querem saber direito onde estão colocando seu dinheiro. Portanto, é fundamental transparência e governança sólida", afirma o executivo, que aposta em projetos que aumentem serviços ecossistêmicos, principalmente na floresta de pé. "Mostramos quais ativos existem e como faz sentido as empresas investirem nestes ativos. Não se trata de uma commodity. Hoje há empresas sérias querendo reduzir seus impactos, sabem que precisam ir além, mas não conseguem. É preciso um instrumento para que as empresas possam investir de maneira segura na conservação da floresta e biodiversidade", completa.
2 comentários
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Paulo Rodrigues
Uma idéia é o governo criar o Bitcoin Amazônia em aplicações jurídicas e físicas para capitalizar projetos de preservação sem impostos e com dedutibilidade total no imposto de renda.
Jose Roberto Rabelo
Bom artigo... Pareceu ter sido escrito um pouco às pressas...como quase tudo hoje em dia! hehehe Não sou nenhum catedrático da língua, mas observei algumas redundâncias e combinações estranhas de palavras: "Ao adicionar uma camada adicional…" "Isso torna impossível qualquer possibilidade…" Aqui achei que, na verdade, a palavra seria "iguais", mas a frase mostra a palavra "diferentes". Concluí dessa forma porque trata-se de um sistema de blockchain, notabilizado pela singularidade de seus códigos. "E não há como existir números diferentes…" Claro, observa-se que, em alguns casos, são citações e, portanto, fieis ao que o entrevistado falou. Mas a reportagem mandou bem o recado! Parabéns pela ideia do tema abordado!