Mariana Sgarioni

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Startup cria aplicativo que paga para você não trabalhar de carro

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Nos dias de hoje, há muitos motivos para não ir de carro para o trabalho. Trânsito, sem dúvida, é um deles. Para quem se importa com o meio ambiente - mais especificamente com a sobrevivência humana no planeta Terra -, talvez esta seja uma ótima razão, já que o transporte responde por 14% das emissões totais de gases de efeito estufa. Um estudo da USP apontou que um percurso simples de 20 km de carro na cidade pode liberar cerca de 4,55 quilos de carbono na atmosfera. Entretanto, se nada disso for argumento suficiente, a Ecomilhas, startup membro do Cubo Itaú, vai direto no bolso: que tal pagar uma recompensa para quem trocar o carro por bicicleta, ônibus, metrô ou por uma boa caminhada até o trabalho?

A proposta da startup é um aplicativo que deve ser instalado pelas empresas nos telefones de seus colaboradores. Este sistema registra de que forma os funcionários se deslocam de casa ao trabalho e vice-versa. Sempre que optarem por um modal limpo (a pé, bicicleta, transporte público ou carros elétricos), ganham pontos na Ecomilhas. Estes pontos se tornam um saldo no final do mês, que pode ser resgatado em dinheiro ou benefícios, como cartões-presente, dias de folga, produtos ou serviços.

"É o mesmo esquema de milhas aéreas, mas a pauta, aqui, é o clima e o usuário é o protagonista. Ele é recompensado pela companhia em que trabalha por se deslocar de modo não poluente", explica Lucas Nicoleti, CEO da Ecomilhas.

Segundo ele, além de levar a agenda climática diretamente para a responsabilidade dos usuários, o sistema também permite que as empresas possam reduzir as emissões do chamado escopo 3, aquelas indiretas, que ficam fora dos seus domínios, e que são as mais difíceis de cortar. "Os deslocamentos, inclusive em viagens, são responsáveis por boa parte das emissões do escopo 3, o mais complicado de descarbonizar. Ao fazer esta redução, a empresa diminui suas emissões de maneira geral e não precisa fazer a compensação lá na frente, comprando créditos de carbono, por exemplo. É também uma forma de evitar o greenwashing."

O aplicativo funciona desde 2022 e conta hoje com 42 mil usuários. No Brasil, são sete empresas participantes, entre elas Serasa, Claro e iFood - entregadores desta última recebem uma média de 7 a 10 centavos por quilômetro rodado de recompensa quando trocam a moto pela bicicleta, por exemplo.

De acordo com Nicoleti, o engajamento dos colaboradores chega a 70%. "Imagine você ganhar R$100 a mais por mês só porque vai de metrô para o trabalho. É estimulante. Dá para resgatar os pontos por diversas formas, como também em pagamentos de boletos de contas de luz, gás e internet."

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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