Heineken quer facilitar reciclagem do vidro
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O vidro é aquele tipo de material que desperta sentimentos ambivalentes. Por um lado, o composto de areia, sódio e cálcio tem o incrível poder de ser 100% reciclado infinitamente - sem perder nenhuma qualidade. Por outro, tem dificuldade de transporte e baixo valor de venda. Resultado: menos de 25% do vidro usado no país hoje é reciclado.
"Muita gente acha que o vidro é um vilão, mas é o contrário: ele é um excelente material sustentável. Mas é preciso um sistema de logística reversa. Há países que estão convertendo todo o plástico em vidro, por exemplo. Precisamos estruturar isso no Brasil também", defende Mauro Homem, vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos do Grupo Heineken.
Na entrevista a seguir, o executivo fala sobre a necessidade econômica da reciclagem do vidro, explica formas de melhorar o aproveitamento do material, e chama a atenção para o personagem principal de toda esta cadeia: os catadores.
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Ecoa: O potencial sustentável do vidro é tão relevante que já foi propagado pela ONU. Entretanto, o material, que pode demorar até cinco mil anos para se decompor, segue acumulando nos aterros. Por quê?
Mauro Homem: O vidro é um material infinitamente reciclável. Ele pode ser quebrado, derretido, e refeito inúmeras vezes nas vidreiras. Esta reciclagem tem um custo baixo de energia e de material. O desafio é fazer com que ele chegue para esta reciclagem. A logística de transporte é muito complexa. Sem contar que o valor de venda do vidro é muito mais baixo se comparado a outros tipos de materiais, como o alumínio, por exemplo.
Ecoa: Você citou o alumínio, que hoje lidera o ranking de reciclagem no Brasil, ao contrário do vidro. A Heineken trabalha com os dois materiais. Qual a diferença entre eles?
Mauro Homem: O Brasil é recordista mundial de reciclagem de latas de alumínio para bebidas. Há um mercado forte no país. Muita gente depende da catação de latinhas para sobreviver. O material é fácil de ser manuseado e de ser transportado: você amassa e leva muitas latas. O vidro não. Ele tem um valor de mercado menor e um custo logístico muito maior. Por isso queremos encurtar distâncias e criar um mercado onde não existe.
Ecoa: Existe uma outra ponta que são os catadores. Qual a importância destes profissionais para a Heineken?
Mauro Homem: Sem os catadores, a qualidade ambiental seria muito pior. Você vê pessoas xingando os carroceiros nas ruas, quando, na verdade, deveriam agradecer pelo serviço que eles prestam. Para a empresa, o trabalho do catador é essencial. Sem ele, não conseguimos fazer a embalagem voltar ao ciclo. Enquanto a sociedade não entender estes profissionais como prestadores de serviço, a cadeia nunca vai fechar.
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Rayssa Leal planta primeira árvore de projeto para reflorestar a Amazônia
Além de trazer a medalha de bronze para o Brasil nas Olimpíadas de Paris, a skatista Rayssa Leal carregou também a bandeira da sustentabilidade. A atleta é a embaixadora do projeto Floresta Olímpica do Brasil, iniciativa ESG do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que visa reflorestar parte da Amazônia.
Lançada em junho passado, a ação pretende recuperar 6,3 hectares nos municípios de Tefé e Alvarães, no Amazonas, por meio do plantio de cerca de 4.500 árvores de espécies nativas por comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Junto ao presidente do COB, Paulo Wanderley, Rayssa plantou uma muda de jatobá no início de junho. "Não estou aqui só por mim. E sim pelas próximas gerações, dos meus filhos, dos meus netos", refletiu a atleta no momento do plantio.
A sustentabilidade é um tema relevante para Rayssa Leal e ela faz questão de levar esta mensagem sempre que possível. Durante as provas olímpicas, ela usou um skate personalizado com a imagem de araras-azuis, aves típicas do Pantanal, que estão ameaçadas de extinção. Ela também se uniu ao COI (Comitê Olímpico Internacional) em uma campanha ambiental divulgada pouco antes dos jogos.
O projeto Floresta Olímpica do Brasil faz parte de uma rede chamada Olympic Forest Network, liderada pelo COI, em que comitês olímpicos do mundo inteiro se propõem a recuperar florestas em diversos continentes. O COB estruturou o projeto brasileiro como o carro-chefe de seu programa de sustentabilidade e compensação de carbono. A meta assinada com o COI é reduzir 50% das emissões de gases do efeito estufa até 2030.
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Startup cria aplicativo que paga para você não trabalhar de carro
Nos dias de hoje, há muitos motivos para não ir de carro para o trabalho. Trânsito, sem dúvida, é um deles. Para quem se importa com a qualidade do ar que respiramos e com a emissão de gases de efeito estufa, talvez estes sejam os principais motivos. Entretanto, se nada disso for argumento suficiente, a Ecomilhas, startup membro do Cubo Itaú, propõe pagar uma recompensa para quem trocar o carro por bicicleta, ônibus, metrô ou por uma boa caminhada até o trabalho.
A proposta da startup é um aplicativo que deve ser instalado pelas empresas nos telefones de seus colaboradores. Este sistema registra de que forma os funcionários se deslocam de casa ao trabalho e vice-versa. Sempre que optarem por um modal limpo (a pé, bicicleta, transporte público ou carros elétricos), ganham pontos na Ecomilhas. Estes pontos se tornam um saldo no final do mês, que pode ser resgatado em dinheiro ou benefícios, como cartões-presente, dias de folga, produtos ou serviços.
"É o mesmo esquema de milhas aéreas, mas a pauta, aqui, é o clima e o usuário é o protagonista. Ele é recompensado por se deslocar de modo não poluente", explica Lucas Nicoleti, CEO da Ecomilhas.
Segundo ele, além de levar a agenda climática diretamente para a responsabilidade dos usuários, o sistema também permite que as empresas possam reduzir as emissões do chamado escopo 3, aquelas indiretas, que ficam fora dos seus domínios e que são as mais difíceis de cortar.
De acordo com Nicoleti, o engajamento dos colaboradores chega a 70%. "Imagine você ganhar R$100 a mais por mês só porque vai de metrô para o trabalho. É muito estimulante. Dá para resgatar os pontos por diversas formas, como também em pagamentos de boletos de contas de luz, gás e internet".
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Dica de leitura
Uma Sobe e Puxa a Outra
Autoras: Christiane Pelajo, Dea Mendonça, Flávia Lippi, Luciana Herrmann Pierri, Natasha de Caiado Castro
Editora: Literare Books
Este é o primeiro volume da série que aborda histórias reais para inspirar mulheres a perseguirem seus objetivos e chegarem ao topo. As narrativas abrem ao público relatos emocionantes sobre suas vidas, carreiras e jornadas.
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