Mariana Sgarioni

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Reportagem

Startup cria fórmulas inéditas que recuperam peles feridas e queimadas

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A pele - o maior órgão do nosso corpo - é quase sempre a primeira vítima de tratamentos mais agressivos, como a radioterapia, que pode queimar, ou de processos cirúrgicos, que cortam e ferem. Lesionada ou inflamada, a pele causa dor e pode piorar o estado geral de um paciente - sem contar a auto-estima. Recuperar a derme o mais rápido possível pode determinar como será a resposta de um tratamento.

Esta é a missão da Pele Rara, startup que produz formulações inéditas que protegem e reconstituem mais rapidamente a pele de pessoas que estão passando por procedimentos de saúde delicados.

"Nossa ideia é ajudar pessoas que estão com a pele sensível não porque estão doentes e sim porque estão passando por um período de transformação na vida. Uma pele machucada dificulta a recuperação de um paciente que está sofrendo com outras doenças. Muita gente abandona o tratamento oncológico para cuidar da pele. Quando esta pele melhora de aspecto e deixa de doer, a maioria dos pacientes acabam tendo alta mais rápido dos hospitais, por exemplo", diz Cyntia Nara Pereira de Oliveira, fundadora e CEO da Pele Rara, responsável por toda a pesquisa e desenvolvimento dos produtos.

Segundo ela, seus compostos podem ser usados por todas as pessoas. Porém, costumam ser mais escolhidos por pacientes oncológicos, idosos ou que estejam acamados e precisam cuidar de escaras produzidas pelo atrito, além de pessoas que passaram por cirurgias de transição de gênero e estão com a pele em recuperação.

Atualmente a Pele Rara conta com 5 produtos em seu portfólio, como hidratantes, sabonetes e a pesquisa com espumas líquidas, que são mais fáceis de aplicar em peles queimadas. Todos foram desenvolvidos a partir de ingredientes fitoterápicos naturais, sem solventes cancerígenos. Além de recuperar a derme, os produtos também previnem infecções e o aumento de lesões. Eles estimulam a síntese de colágeno, auxiliando a regenerar dermes que estão expostas porque tiveram a barreira danificada.

Para não realizar testes em animais, a Pele Rara fez testes clínicos em parceria com a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (Universidade de São Paulo), utilizando a metodologia HOSEC (Human Organotypic Skin Explant Culture), que promove estudos em pele humana viva extraída de cirurgias plásticas.

Cyntia conta que, no momento, a empresa está com cinco estudos em andamento, entre eles de produtos que usam a membrana celular como inspiração. "Médicos e hospitais nos trazem os casos para pesquisa e desenvolvimento, como a ideia de um composto para dermatite em recém-nascidos, por exemplo, que é muito recorrente", comenta. "Todo mundo sai ganhando quando existe uma cura mais rápida. O paciente ganha com sua saúde. E os hospitais ganham porque liberam leitos mais rapidamente e isso gera economia", completa.

A Pele Rara está passando por rodadas de investimentos no momento. Já vendeu seu primeiro lote completo para todo o país, que contava com mil produtos, e já prepara o segundo para ainda este ano.

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