Bicicletas movidas a hidrogênio verde já estão em testes no Brasil
O hidrogênio verde, considerado um dos protagonistas do time dos combustíveis do futuro, em breve poderá alimentar bicicletas em todo o Brasil. Já estão em período de teste, na Coppe/UFRJ, quatro modelos de bicicletas abastecidas por cilindros cheios do gás natural, produzido no mesmo laboratório.
A ideia dos pesquisadores é trabalhar com alternativas limpas para a mobilidade urbana e a micromobilidade. E o potencial demonstrado por estas bicicletas até agora é surpreendente: além de não poluírem, contam com uma autonomia de 120 km. As elétricas atuais contam com cerca de apenas 20 km.
"Em vez de se alimentarem na eletricidade, estas bicicletas carregam um cilindro de 2 litros, do tamanho de uma garrafinha de água, abastecido com gás. Com uma recarga de 2 minutos é possível usar a bicicleta por 4 ou 5 dias", explica Andrea Santos - coordenadora do Laboratório de Transporte Sustentável (LabTS) da Coppe/UFRJ, e da planta de fabricação de Hidrogênio Verde da instituição.
Além de mais autonomia, estas bicicletas utilizam um cilindro limpo, diferente das baterias das elétricas, geralmente à base de lítio ou outros metais que trazem impactos pesados ao ambiente no momento de seu descarte. Ela afirma que, apesar disso, as elétricas devem seguir sendo utilizadas. "Precisamos promover a descarbonização da frota. Não existe uma solução única e simples. São várias ao mesmo tempo. A eletrificação é positiva também, mas precisamos resolver de onde virá essa energia e o impacto no setor elétrico. Nenhuma solução aparece sem trazer consigo um problema associado".
Segundo Andrea, no momento, as dificuldades estão na disponibilidade do gás para abastecimento - ele ainda não existe nos postos - e na segurança. O hidrogênio verde, o H2V, é um gás leve, gerado por meio da eletrólise, um processo que utiliza eletricidade proveniente de fontes renováveis para separar a água em hidrogênio e oxigênio. Ele se destaca por sua produção com baixíssimas emissões de gases do efeito estufa.
O problema é que, assim como o GNV (Gás Natural Veicular), ele é altamente inflamável e pode explodir ao entrar em contato com uma fonte de ignição, como uma chama ou faísca.
Outro desafio apontado por Andrea é tornar a bicicleta mais acessível. No momento, os modelos custam cerca de R$ 30 mil. "Queremos uma bicicleta simples, limpa, barata e segura", diz.
A expectativa da Coppe é de que os primeiros modelos já estejam circulando daqui a aproximadamente cinco anos. Outras pesquisas em andamento no laboratório são o uso do gás para geração de energia voltada à eletricidade, para produção de catalisadores de
de combustíveis sintéticos, como o SAF (Combustível Sustentável de Aviação), e para drones.
Esta reportagem faz parte da newsletter "Negócios Sustentáveis". Inscreva-se para receber gratuitamente no seu email toda segunda-feira.
O hidrogênio verde, considerado um dos protagonistas do time dos combustíveis do futuro, em breve poderá alimentar bicicletas em todo o Brasil. Já estão em período de teste, na Coppe/UFRJ, quatro modelos de bicicletas abastecidas por cilindros cheios do gás natural, produzido no mesmo laboratório.
A ideia dos pesquisadores é trabalhar com alternativas limpas para a mobilidade urbana e a micromobilidade. E o potencial demonstrado por estas bicicletas até agora é surpreendente: além de não poluírem, contam com uma autonomia de 120 km. As elétricas atuais contam com cerca de apenas 20 km.
"Em vez de se alimentarem na eletricidade, estas bicicletas carregam um cilindro de 2 litros, do tamanho de uma garrafinha de água, abastecido com gás. Com uma recarga de 2 minutos é possível usar a bicicleta por 4 ou 5 dias", explica Andrea Santos - coordenadora do Laboratório de Transporte Sustentável (LabTS) da Coppe/UFRJ, e da planta de fabricação de Hidrogênio Verde da instituição.
Além de mais autonomia, estas bicicletas utilizam um cilindro limpo, diferente das baterias das elétricas, geralmente à base de lítio ou outros metais que trazem impactos pesados ao ambiente no momento de seu descarte. Ela afirma que, apesar disso, as elétricas devem seguir sendo utilizadas. "Precisamos promover a descarbonização da frota. Não existe uma solução única e simples. São várias ao mesmo tempo. A eletrificação é positiva também, mas precisamos resolver de onde virá essa energia e o impacto no setor elétrico. Nenhuma solução aparece sem trazer consigo um problema associado".
Segundo Andrea, no momento, as dificuldades estão na disponibilidade do gás para abastecimento - ele ainda não existe nos postos - e na segurança. O hidrogênio verde, o H2V, é um gás leve, gerado por meio da eletrólise, um processo que utiliza eletricidade proveniente de fontes renováveis para separar a água em hidrogênio e oxigênio. Ele se destaca por sua produção com baixíssimas emissões de gases do efeito estufa.
O problema é que, assim como o GNV (Gás Natural Veicular), ele é altamente inflamável e pode explodir ao entrar em contato com uma fonte de ignição, como uma chama ou faísca.
Outro desafio apontado por Andrea é tornar a bicicleta mais acessível. No momento, os modelos custam cerca de R$ 30 mil. "Queremos uma bicicleta simples, limpa, barata e segura", diz.
A expectativa da Coppe é de que os primeiros modelos já estejam circulando daqui a aproximadamente cinco anos. Outras pesquisas em andamento no laboratório são o uso do gás para geração de energia voltada à eletricidade, para produção de catalisadores de
de combustíveis sintéticos, como o SAF (Combustível Sustentável de Aviação), e para drones.
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