Depois do fogo: tecnologia em gel ajuda a reflorestar áreas devastadas
Agora que o fogo que se espalhou pelo país deu uma pequena trégua é hora de começar a renascer das cinzas e tentar recuperar a terra devastada. Incêndios comprometem a qualidade do solo, sim, porém ainda é possível plantar. Para ajudar o replantio em áreas de difícil acesso para irrigação, a Hydroplan-EB propõe usar nas novas mudas polímeros super absorventes que se transformam em gel por serem capazes de reter grandes quantidades de água.
Os polímeros parecem grãos de açúcar que incham em contato com a água, absorvendo 400 vezes seu próprio peso. Nesta transformação, eles se tornam verdadeiros reservatórios de água para as mudas que não poderão ser irrigadas com frequência. "Este gel é como se fosse uma caixa d'água no pé da muda. Ao fazer a cova na terra, a planta é colocada no meio do gel e deixada ali. Conforme ela vai crescendo, vai consumindo o que precisar e o polímero vai murchando. Ele é biodegradável, portanto acaba sendo absorvido pela terra", explica Loremberg Moraes, Diretor da Hydroplan-EB.
Segundo ele, há muitas áreas devastadas pelos incêndios que são extensas e não existe acesso para que novas plantas sejam devidamente irrigadas. Os polímeros chegam a salvar mais de 80% das mudas - que morreriam sem água. A tecnologia não apenas melhora a retenção de umidade no solo, mas também promove um ambiente mais saudável para as plantas, reduzindo a mortalidade e aumentando a taxa de sucesso neste replantio.
Em tempos de escassez hídrica, é importante lembrar que os polímeros chegam a economizar 30% na irrigação das plantações. "É um cubinho parecido com a gelatina feita em casa. Depois de hidratado fica em formato de quadradinhos. Ele dura até 6 meses, um prazo bem razoável, que dá a chance da muda pegar", diz Moraes.
Criada no início dos anos 1960 nos Estados Unidos, esta tecnologia de gel com capacidade de retenção de água tem sido amplamente utilizada em produtos de higiene, como as fraldas para bebês e absorventes femininos. Nos últimos anos, vem sendo aplicada também na agricultura para economia de água e crescimento de mudas. De acordo com pesquisas recentes, o mercado global de polímeros biodegradáveis deve crescer cerca de 14% ao ano entre 2020 e 2029.
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